29 de julho de 2012

EDUCAÇÃO CRISTÃ: algumas reflexões


AULA 1 – 29/04/2012
Professor: Fernando

1 A educação no período Bíblico
1.1 EDUCAÇÃO HEBRAICA: antes, durante e depois do Egito até os profetas pré-babilônicos 

A educação hebraica valorizava os atos de Deus na história.  Os hebreus formaram-se de pastores que cuidavam de rebanhos nas planícies de Israel e nas regiões circunvizinhas. Conforme afirma Lopes (2010, p.40), “a educação estava focada na família, pois, num primeiro momento, não havia escolas, e as crianças recebiam dos pais a instrução moral e religiosa”. O menino aprendia a profissão com pai e a menina aprendia os afazeres domésticos com a mãe. O pai era o centro da família e ensinava aos filhos as leis do Senhor e seu conteúdo moral.
“Após a libertação de Israel, do Egito, além da educação familiar, os ensinamentos passaram a ser ministrados pelos sacerdotes; a educação passou a ter dois centros basilares: a família e o sacerdote” (LOPES, 2010, p. 40).
Eles se organizavam em tribos, que haviam sido formadas por seminômades. Grupos étnicos governados por um patriarca que determinava a crença, para poder alcançar as dádivas de Deus. Os hebreus eram pastores e agricultores que viviam próximos aos rios[1] (sociedade hidráulica – neolítica[2]) e possuíam a “técnica de fazer cisternas” (SCHWANTES, 2008, p. 13). E que para sobreviver faziam intercambio de mercadorias. Este tipo de vida era passada de pai para filho e de mãe para filha.  
O Egito se moldou a luz das estruturas sociais dos asiáticos, que eram sociedades agrícolas ligadas ao problema da irrigação. Do mesmo modo, os hebreus quando se constituíram em Canaã. Nestas sociedades as divindades se apresentam por uma série de teofanias.[3] E a tradição sagrada era orientada pelo sacerdote que foi responsável por autorizar e interpretar a religião (sacralização dos saberes).
Segundo Cambi (1999, p. 61),

A educação também muda profundamente: 1. Ela é, ainda, transmissão da tradição e aprendizagem por imitação, mas tende a tornar-se cada vez mais independente deste modelo e a redefinir-se como processo de aprendizagem e transformação ao mesmo tempo; 2. Liga-se cada vez mais a linguagem – primeiro oral, depois escrita –, tornando-se cada vez mais transmissão de saberes discursivos (ou discurso-saberes) e não somente de práticas, de processos que são apenas, ou, sobretudo, operativos; 3. Reclama uma institucionalização desta aprendizagem num local destinado a transmitir a tradição na sua articulação de saberes diversos: escola. Instituição esta que se torna cada vez mais central até que das sociedades arcaicas se passa aos estados territoriais e a uma rica e articulada divisão dos saberes que reflete a do trabalho, o qual e cada vez mais especializado e tecnicizado. Será uma escola dúplice (de cultura e de trabalho: liberal e profissional) que acentuará o profundo dualismo próprio das sociedades hidráulicas ou agrícolas, ligada ao enrijecimento dos papéis sociais em classes sociais separadas, com alguns aspectos quase de castas.          
           
A sociedade hebraica foi estabelecida no corredor do mundo antigo (atual Palestina). E sofreu com reis que não se preocupavam com o povo. Além do mais, passaram por longos períodos de seca. Eles estavam submetidos à destruição e a barbárie. Eram camponeses e guerreiros orientados pelos governantes déspotas. Os hebreus foram ligados a seminômades, patriarcas e pastores, em seu início ou gênese. O povo costumava-se se renovar através de uma visão religiosa revolucionária, monoteísta e espiritual. Toda sua educação se organizava em torno dos textos sagrados. “Solicitada a reconquistar constantemente a mensagem mais genuína através da obra de estímulo e de denuncia dos profetas” (CAMBI, 1999, p. 64). O profetismo é o traço pedagógico mais original da experiência político-cultural de Israel.


Referencias
LOPES, Edson Pereira. Fundamentos da teologia da educação cristã. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Fundação da Editora da UNESP (FEU), 1999.
SCHWANTES, Milton. Breve história de Israel. São Leopoldo: Oikos, 2008.




[1] A água assume a função primordial na vida do ser humano: irrigar para plantar.
[2] Neolítico, também conhecido como Idade da Pedra Polida foi à fase da pré-história que ocorreu entre 12 mil e 4 mil a.C. O início deste período é marcado com o fim das glaciações (época em que quase todo planeta ficou coberto de gelo) e termina com o desenvolvimento da escrita na Suméria (região da Mesopotâmia). Disponível em: < http://www.suapesquisa.com/pesquisa/neolitico.htm>. Acesso em: 28 abr. 2012.
[3]Teofania é um conceito de cunho teológico que significa a manifestação de Deus em algum lugar, coisa ou pessoa. Tem sua etimologia enraizada na língua grega: "theopháneia" ou "theophanía". Ver Êxodo 3. Origem Wikipédia.