30 de março de 2011

Escatologia Paulina (I parte)

O pensamento escatológico de Paulo em Coríntios e Tessalonicenses
por
Fernando de Oliveira
           
Antes de abordar-se o pensamento escatológico de Paulo em Coríntios e Tessalonicenses é de fundamental relevância compreender a apocalíptica judaico-cristã, que desde o período intertestamentário à formação dos cristãos primitivos, amarrou-se a um apocaliptismo subdesenvolvido acerca do início de um novo éon, que culminam para uma visão complexa sobre os “segredos celestiais” concernentes a vinda do Filho do Homem, batalha contra o anticristo e o futuro do Reino de Deus. 
           
Paulo está vivendo dentro de um contexto escatológico, onde tais, formulações estão fermentadas no ideário da Igreja Cristã. E o pensamento do apóstolo é influenciado justamente, por tais, concepções judaico-cristãs e por outras noções do que se tange a doutrina das “últimas coisas” como diria T. W. Manson; pois bem, podemos encontrar na teologia paulina:

[...] elementos que provêm dos profetas do Antigo Testamento, elementos que tem origem na sua educação rabínica, elementos de seu primeiro ambiente helenístico e do mundo greco-romano em que viveu posteriormente, elementos apocalípticos e da primitiva tradição cristã palestinense. [1]
           
Nestas condições, quando se lê as cartas aos Coríntios e aos Tessalonicenses, não se pode deixar de fazer uma leitura usando lentes concernentes a todos estes eventos e pensamentos, que marcaram a escatologia paulina.
           
Quando  refere-se a Coríntios, logo vem à mente (1Co 15. 1-58) o texto áureo do raciocínio escatológico de Paulo, em que o apóstolo expõe excelentemente a “ressurreição”. Desse modo, ele discutirá as aparições de Cristo, após sua ressurreição; e a colocará no mesmo nível de quando Jesus Cristo apareceu para ele a caminho de Damasco (vs. 1-11). Em seqüência disso, Paulo combate à idéia que os gregos tinham contra a ressurreição dos mortos (At 17.32), ou seja, o contato com alguns irmãos “entusiastas espirituais” que por razão de gnosis (conhecimento superior secreto), criam já fazer parte do mundo “ultraterreno de Deus” (1Co 4. 8), portanto, isso mostra-nos a situação daquela comunidade cristã. Nestas condições, uma dura repreensão revela que o Cristianismo é dependente da ressurreição de Jesus Cristo (vs. 12-19). Logo, vê-se a importância da ressurreição para os cristãos, que através de Cristo serão vivificados e com eles toda a criação completará sua eterna redenção, pois, “Deus será tudo em todos” (v. 28), aí um apelo final para que os cristãos vigiassem e continuassem crendo na ressurreição dos mortos (vs. 20-34). No demais, Paulo define a natureza do corpo ressuscitado (vs. 35-49). E por fim, revela como acontecerá a ressurreição (vs. 50-58).
           
Já em Tessalonicenses as palavras de Günther Bornkamm resumem a questão:
           
Paulo fora informado, outrossim, a respeito dos problemas que perturbavam a fé daqueles fiéis: estavam preocupados porque os retorno de Cristo tardava em acontecer e estavam aflitos pela sorte de alguns irmãos que, neste meio tempo, haviam morrido, os quais poderiam estar excluídos do esperado advento da salvação. O apóstolo se esforça para aliviá-los destas preocupações e os exorta a esperarem com confiança a vinda do Senhor, cujo dia e hora ninguém conhece, e a viver de modo sóbrio e honesto, como “filhos da luz” que pertencem ao Senhor (1Ts 4. 13s.; 5.1s.). [2]

Por conseguinte, vale à pena lembrar que cada carta que Paulo enviava, tanto para os Coríntios quanto aos Tessalonicenses, ambas eram para aquelas respectivas comunidades cristãs, a fim de atender a necessidade da igreja. Por isso, a mensagem escatológica de 2Tt, difere de 1Tt. E em 1Co cap. 15, Paulo nem comenta acerca do anticristo. Todavia, as respostas aos momentos que antecedem ao eschaton, acabam por retardar a Vinda de Cristo (2Ts 2. 1-17). Como o próprio texto de 2Tt diz: “Como se o dia de Cristo estivesse já perto.” (v. 2). Diferente de 1Tt.





[1] Manson, Thomas Walter. Cristo por Paulo. São Paulo: Fonte Editorial, 2009. p. 10-11.
[2] Bornkamm, Günther. Paulo vida e obra. Santo André/SP: Academia Cristã, 2009. p. 127.

A fé rastafári

A fé rastafári

Quando tinha entre os 16 e 17 anos, simpatizava com a fé rastafári! Movimento que, fez com que eu me interessasse por Jesus Cristo e a Bíblia. No entanto, quando participava dos Shows de reggae, ouvia muitas mensagens de paz e amor que, despertaram minha espiritualidade.
Em poucas palavras, o rastafári tem sua raiz, segundo o livro Kebra Nagast (A glória dos Reis), na visita da Rainha de Sabá a Salomão 1Rs 10. 1-13. Eles dizem que depois deste encontro, a Rainha, ficou grávida, e deu origem a descendência de Reis homens na Etiópia. Logo, o texto de Sl 68.31 corrobora para a generosidade dos etíopes em “estender a suas mãos para Deus”. Isso significa que, assim como diz a lenda, a arca da aliança foi entregue a este povo. E isso, significa a mudança de paradeiro, do Deus de Israel para Etiópia, ou seja, o Deus da Etiópia.
Então, após longos, e longos anos, uma profecia, já predita em Ap 5.5 simboliza o Rei Etíope, capaz de repatriar os povos africanos. Ele era mais conhecido como: Haile Selassie I cujo sete espíritos de Deus, o agraciou para ser o sétimo. No caso, Selassie seria o último espírito, semelhante à kenosis cristã. Portanto, os rastafáris acreditam que sua fé tem estritas ligações com o Judaísmo e o Cristianismo, mas que não para por aí, pois a obra de Jah prossegue.
Pesquisem no wikipedia


Eu e meus antigos amigos num Show.


Video que mais curto
(Tributo ao Bob Marley)



Problemas, não mais (tradução)
(Nós Não precisamos) Não, não precisamos (de mais problemas) De mais problemas !
(Nós Não precisamos de mais problemas.).

(Nós Não precisamos) Não precisamos não(não mais) problemas !
Nós Não precisamos de problemas.

(Não precisamos de mais problemas)
Faça amor e não guerra ! Pois não precisamos de problemas
O que precisamos é de amor (amor)
Para guiar e proteger nós mesmos (mesmos)
Se você se considera “melhor” que o resto (amor)
Ajude os fracos se você é forte agora (forte)

Nós não precisamos de problemas, (precisamos não.. problemas)
O que precisamos é de amor (O que precisamos é e amor, suave amor) Oh, não !
Nós não precisamos, nós não precisamos, de mais problemas !
Deus sabe, nós não precisamos de problemas !

(Nós não precisamos) Nós não precisamos problemas (não mais problemas),
Não mais problemas, não mais problemas !
Fale felicidade ! (Triste o suficiente sem suas aflições)
Vamos lá, todos, e falem sobre amor. (Tristes o suficiente sem seus inimigos.)

Nós não precisamos de problemas(Nós não precisamos dos seus problemas)
O que precisamos é amor, agora (O que precisamos é amor)
(Nós não precisamos) Oh, nós não precisamos de mais problemas
Nós não precisamos, não, nós não precisamos não de problemas !
Nós não (precisamos), não, irmãos e irmãs (não mais problemas)

Eles dizem que nós não precisamos de outra pequena boca faminta para alimentar
Mas o que quero dizer em dobro, é que realmente não precisamos de mais problemas !
Vamos todos ficar livres de problemas !
Sem mais problemas para me preocupar !

O que precisamos é de amor. (amor)
Para guiar e proteger nós mesmos (mesmos)
Olhe para baixo se você está “por cima” (por cima)
Ajude os fracos se você é forte agora (forte)
Fale felicidade ! (Triste o suficiente sem suas aflições)
Eu mendigo pra você falar de amor (Triste o suficiente sem seus inimigos.)

Nós não precisamos de problemas, nós não precisamos de problemas.
Nós não precisamos de problemas
O que precisamos é de amor !

Nós não precisamos, não mais de problemas, nós não precisamos não mais de problemas !
Problemas não precisamos(nós não precisamos), Deus sabe !
Nós não precisamos de mais guerra (não mais problemas).
Não mais problemas, nós não precisamos não mais, mais problemas.

29 de março de 2011

ORAR ANTES DO TCC

Antes dos estudos

São Tomás frequentemente recitava esta oração antes de dar aula, de escrever e de pregar.

Criador inefável,
que dos tesouros de sua sabedoria,
estabelecestes três hierarquias de anjos,
organizando-as em ordem maravilhosa
acima dos céus,
conduzindo-as pelas regiões do universo
com arte e beleza.

Tu que és proclamado
a verdadeira fonte da luz e da sabedoria,
e o princípio super-eminente
acima de todas as coisas,

infunde um raio de teu brilho
nos lugares escuros de minha mente;
afasta de minha alma as duas escuridões
nas quais nasci; o pecado e a ignorância.
Tu tornas eloqüente à língua das crianças.
Refina a minha fala
e derrama sobre meus lábios
a bondade de sua benção.

Dá-me
o dom do discernimento,
a capacidade da memória,
a habilidade para aprender,
a sutileza para interpretar
e a eloqüência do discurso.

Orienta o começo do meu trabalho,
dirige seu desenvolvimento
e Leva-o a conclusão.

Tu que és verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
e vives e reinas para sempre.

Amém.

Tomás de Aquino
Livro de Orações

28 de março de 2011

Zeitgeist - Interessante

Ainda não havia assistido ao vídeo Zeitgeist - 1ª parte. Achei interessante enquanto comparações religiosas. Mas não em nível de sujeitos históricos. Recomendo para aqueles que tem estômago!  

27 de março de 2011

LUTO NA TEOLOGIA

Em consolo a mim e ao meu pastor David Rubens, dou a triste notícia! A despedida (morte) de um dos maiores teólogos que o Brasil já conheceu José Comblin. Faleceu e deixou seu exemplo de luta pelo menos favorecido. Se voçe quiser saber mais acesse ao site terra  e, também, pesquise no google. Eu nem o conhecia pessoalmente, mas só de ouvir as histórias contadas pelo pastor David, me sinto lisojeado em saber sobre a existência de uma pessoa tão maravilhosa. Foto David e Comblin.

Breve Histórico do Movimento Pentecostal

Breve Histórico do Movimento Pentecostal - na perspectiva denominacional das Assembléias de Deus no Brasil.

por

Fernando de Oliveira

O Movimento Pentecostal iniciou-se no começo do século XX. Por influência de Charles Fox Parham que desejava um grande avivamento missionário, a fim de culminar no evento escatológico mais esperado entre as igrejas de Jesus Cristo “a segunda vinda do Senhor”, bem sabemos que, Parham estava sob as orientações teológicas do Movimento da Santidade (metodista). Contudo, Parham na sua trajetória ministerial decidiu deixar o pastorado na igreja Metodista, no ano de (1895), para iniciar um ministério independente. E neste, novo projeto que se originou em Topeka, Kansas (EUA) por volta de (1900) fundou a “Escola Bíblica Betel”, aonde o trabalho de Parham e seus ensinamentos sobre o derramamento do Espírito Santo, venho a se solidificar no dia 1 de janeiro, de 1901, às 19 horas. Então, Agnes Ozmam foi a primeira a ser batizada com o Espírito Santo, e conseguintemente, com ela mais trinta e quatro aluna (os), inclusive o professor Parham; de modo que o avivamento passou a espalhar-se por algumas regiões dos (EUA), e chegou ao Evangelista William Seymour no Mississipi, Estados Unidos da América.
William Joseph Seymour. Dirigia uma congregação em Houston (1905), onde Parham conheceu Seymour e convidou-o para estudar na “Escola Bíblica Betel” a fim de que ele pudesse apreender sobre o Batismo com o Espírito Santo. Assim, William aceitou o convite para aprender os ensinamentos de Parham, de forma muito constrangedora, no corredor da escola separado dos brancos por conta da segregação racial. E, em 1906 Seymour foi convidado para dirigir uma igreja em Los Angeles. Mas não deu certo! Pois, pregava a mensagem pentecostal que apreendera com Parham em Betel, e assim não foi aceito por Hutchins (fundador da igreja). Seymour não era batizado com o Espírito Santo, mas pregava o batismo. No entanto, quando fora expulso da igreja encontrou abrigo para transmitir a mensagem pentecostal na casa do Sr. Edward Lee, em 9 de abril, de 1906. Então, Lee recebeu a cura de uma enfermidade e o batismo com Espírito Santo. As reuniões inter-raciais começaram a crescer e tiveram que mudar para um armazém na Rua Azuza, 312, em Los Angeles (Califórnia, EUA), naquele lugar o avivamento pentecostal se espalhou pelo mundo.
Concernente ao Movimento Pentecostal nos (USA), em 19 de novembro de 1903 chegava às terras americanas Adolph Gunnar Vingren, para morar com o tio (Carl Vingren) em Kansas City.
Vingren por algum tempo ansiava pelo batismo pentecostal. Como o avivamento havia se espalhado pelo país, foi em Chicago, na Conferência Batista Sueca que recebeu o batismo em (1909). Além disso, após alguns infortúnios com sua igreja local em Chicago, ele passou a freqüentar algumas denominações pentecostais.
Em uma região chamada South Bend, Indiana (EUA) Vingren dirigia uma congregação Batista Sueca, na qual ele recebeu uma profecia do irmão Adolfo Uldine para fazer missão no Brasil, no estado do Pará, em Belém. E, consequentemente, no mesmo ano, conheceu Daniel Berg, que no ano seguinte convencido pelo Espírito Santo mudou-se para South Bend, para se congratular com Vingren, onde visitaram o irmão Uldine que confirmou a chamada de Berg. 
E no dia 5 de novembro de 1910 saíram de New York embarcados no navio “Clement” ao caminho do Brasil, e depois, de quatorze dias chegaram a Belém do Pará. Então, sentiram-se um pouco desorientados por não conhecerem ninguém, mas segundo Israel Araújo (2007 p. 902) os missionários suecos:

“Av. Presidente Vargas – Praça da Republica, no centro de Belém do Pará, em 1910. Em um dos bancos desta praça, Gunnar Vingren e Daniel Berg, sem conhecer nenhum morador da cidade, sentaram, comeram manga e oravam a Deus.” [1]

Nestas condições, correu tudo bem! E por meio de indicação passaram a conhecer o Pastor Justus Nelson que os guiou até a igreja Batista de Belém, presidida pelo pastor Jerônimo Pereira de Souza, onde foram abrigados.
No ano de 1911, após eles passarem algum tempo na casa de Adriano Nobre, em Boca de Ipixuna, Pará, retornaram a igreja Batista de Belém do Pará. Por conseguinte, a igreja estava sem pastor, sendo orientada pelos obreiros.
E estes irmãos depois de seis meses deram oportunidade para o irmão Vingren pregar. Portanto, ele proclamou a mensagem pentecostal e a igreja se dividiu. Então, as reuniões passaram a ser orientadas por Virgren e Berg em outro lugar, onde os irmãos passaram a ser curados de enfermidades, nas orações que eles promoviam.
E, inclusive, a irmã Celina de Albuquerque, depois de haver buscado o batismo, recebeu a dádiva divina em sua casa, e consequentemente outros crentes também receberam o dom de línguas.
Neste momento, as palavras de Israel Araújo (2007 p. 36) apud Gunnar Vingren, traduzem o momento de quando igreja se dividiu “dezoito irmãos saíram então da Igreja Batista para nunca mais voltar. Isto aconteceu no dia treze de junho, de 1911.” [2]
E, justamente, no dia 18 de junho, de 1911, funda a Igreja Assembléia de Deus no Brasil, pelos missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg, com dezoito irmãos que saíram da Igreja Batista. Esses irmãos fazem parte do grupo fundador da igreja, segundo Israel Araújo (2007 p. 37) que diz: “Teresa Silva de Jesus, Jezusa Dias Rodrigues e seu esposo, Manoel Maria Rodrigues, Celina de Albuquerque e seu esposo, Henrique de Albuquerque.” [3] Escrevendo, assim a história desta denominação cristã no Brasil.
Enfim, assim, nasce a Assembléia de Deus e em decorrência dessa denominação vieram outras. Ambas crendo no Batismo com o Espírito Santo e na atualidade dos dons. Assim se espalha pelo Brasil a chama pentecostal. Segundo Ricardo Mariano (Set./Dez. 2004) que diz:

O segundo grupo de igrejas implantado no Brasil, que não obteve nomenclatura consensual na literatura acadêmica, começou na década de 1950, quando dois missionários norte-americanos da International Church of The Foursquare Gospel criaram, em São Paulo, a Cruzada Nacional de Evangelização. Por meio dela, iniciaram o evangelismo focado na pregação da cura divina, que atraiu multidões às concentrações evangelísticas na capital paulista e acelerou a expansão do pentecostalismo brasileiro. Em 1953, fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular no Estado de São Paulo. No rastro de suas atividades de evangelização, surgiu Brasil Para Cristo (1955, SP), Deus é Amor (1962, SP) e Casa da Bênção (1964, MG). [4]

Vejam algumas imagens:










[1] Israel Araújo. Dicionário do Movimento Pentecostal, p. 902. 
[2] Ibidem, p. 36.
[3] Ibidem, p. 37.
[4] Ricardo Mariano. Estudos Avançados - Expansão pentecostal no Brasil: o caso da Igreja Universal. Data Set./Dez. de 2004. Disponível em www.scielo.com.br. Acesso em 15/03/2010.



A EXEGESE BÍBLICA - 2ª PARTE

1.     Crítica Textual

A crítica textual procura restituir o texto sagrado, quanto for possível, à sua pureza primitiva.

A)   O problema

Comparando os manuscritos da Bíblia – Antigo Testamento ou Novo Testamento vemos que existe entre eles uma infinidade de variantes. O Novo Testamento conta com 200.000 variantes. O trabalho de comparação dos manuscritos é estafante. Atualmente se têm revelado mais simples, as famílias por recensões, as recensões por códices-fontes. Desta forma, basta ir aos códices-fontes de onde derivam os demais manuscritos.

B)    Causas das variantes

As variantes podem provir.
a)     Ou por faltas não deliberadas dos copistas, tais como omissões de sílabas ou palavras, adições inconscientes; erros de vista ou de audição; agregados litúrgicos (Mt 6,13); glosas marginais (1Jo 5,7-8).
b)     Ou por alterações deliberadas, como:
·        Motivos estilísticos;
·        Correções reais geográficas (Jo 1,28), históricas (Mc 15,25 e Jo 19,14), dogmáticas (Lc 2,33; Mt 1,16; 1Co 15,51);
·        Omissões (Lc 22,43-44);
·        Adições intencionais (Jo 5,4; 7,39; nos evangelhos sinóticos especialmente, as particularidades de um evangelho passaram a outros.

C)   Regras gerais da crítica textual

1ª) A leitura genuína é aquela da qual derivam outros. Em Mt 1,16 e 1Co 15,51 por escrúpulo dogmático derivam-se outras leituras.
2ª) Deve-se dar preferência a leitura mais difícil. Ver Rm 7,25.
3ª) A leitura breve é melhor que a ampla. Ver Jo 7,39.

Por fim, às vezes e preciso recorrer a conjecturas. Este método é perigoso e expõe-se a critérios pessoais. No entanto, em algumas ocasiões podem alcançar resultados satisfatórios.
  
Fonte: Alday, Salvador Carrillo. Bíblia: como se lê. 2ª Ed. São Paulo: Editora Ave-Maria, 1998.     

26 de março de 2011

Moisés e o Rei Sargão

Moisés


Êxodo 2. 1-9 

E foi um homem da casa de Levi e casou com uma filha de Levi.
E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.
Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos, e a revestiu com barro e betume; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à margem do rio.
E sua irmã postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer.
E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam, pela margem do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, que a tomou.
E abrindo-a, viu ao menino e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele, e disse: Dos meninos dos hebreus é este.
Então disse sua irmã à filha de Faraó: Irei chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti?
E a filha de Faraó disse-lhe: Vai. Foi, pois, a moça, e chamou a mãe do menino.
Então lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino, e criou-o.
Rei Sargão

“Eu sou Charruquénu, rei forte, rei de Acad; minha mãe era sacerdotisa, meu pai, não conheço; minha cidade é Azupiranu, às margens do Eufrates. Minha mãe me concebeu e me gerou em segredo. Depois me colocando numa cesta de juncos, vedou-a com betume e me colocou no rio, que não me engoliu. A corrente me sustentou e me levou a Aqqi, o irrigador, que me adotou como filho e fez de mim um jardineiro. Como um jardineiro Ishtar me amou.” 




Em um documento da biblioteca Neo-Assíria de Assurbanipal há essa lenda contada acima, anterior e semelhante ao do patriarca Hebreu Moisés, nome que significa literalmente "Tirado das Águas".
Nascido há 2480 a.e.c. , (1000 anos antes de Moisés) em Azupiranu (uma cidade de nome ainda desconhecida em arqueologia) que fica na Mesopotâmia, Sargão se tornou um dos maiores soberanos da antiguidade .
Dessa mesma forma é retratado o nascimento de Moisés, que guiaria o povo Hebreu a Terra Prometida.
Cf. as informações neste site http://biblianua.vilabol.uol.com.br/index.htm.
Estudo orientado por  Nivaldo Afonso.