28 de fevereiro de 2011

A era dos líquidos - pós-modernidade


A era dos líquidos – pós-modernidade


O que deve haver de comum na música de Zeca Baleiro e o pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman. Acredito que ambos refletem a seguinte questão: ”as pessoas esperam que os relacionamentos afetivos correspondam às expectativas mais contraditórias e egoístas que se possa imaginar”. P. ex.: satisfação financeira, status quo, instabilidade social, projeção profissional, prestigio intelectual etc.

Então, confira o vídeo de Baleiro ‘Você só pensa em grana meu amor’ e acompanhe um vídeo interessantíssimo, inspirado no autor Bauman que resume bem, o que é um ‘Amor Líquido’.     


Valeu!!!  

27 de fevereiro de 2011

Musical MK - Cristo da paixão


MUSICAL MK - CRISTO DA PAIXÃO





O melhor musical das narrativas do evangelho que já vi e ouvi produzido pela MK. Conta a história de Jesus de Nazaré de trás para frente. Começando na ascensão e terminando no nascimento. Esse DVD e show! Confira um vídeo com Bruna Karla:



 

A mulher que padecia de uma disfunção ginecológica crônica, ou seja, um fluxo de sangue “sofreu e padeceu e despiu-se de tudo quanto tinha” (Mc 5. 21-34). E durante doze anos de sua vida, foi considerada imunda por “todos os dias da sua imundícia” (Lv. 15.25).

Uma mulher separada do convívio social, assim sendo que, “qualquer que a tocar será imundo” (Lv. 15.19). Desse modo, esta situação tornava-se a coisa mais terrível de sua vida; por ser uma judia. Era rejeitada sexualmente, como mãe, no lar e na sinagoga.

Conclui-se, que sua vida estava “indo de mal a pior” (Mc. 5. 26). Ela era isolada do povo, considerada por alguns como separada do próprio Deus. Mas quando ela se aproximou de Jesus. Não foi rejeitada por aquele que torna são os impuros!

26 de fevereiro de 2011

Putz! A coisa tá feia - 2ª parte - Voltando de férias


Putz! A coisa tá feia.
2ª parte

 Campus do IBAD

Continuando...

Segundo ano

Logo, quando, sai de férias em 2009; um mês antes, havia me disponibilizado a ajudar o pastor (David Rubens) da igreja Tabernáculo, onde congrego. E, comecei trabalhando de ajudante do curso livre de teologia SETEVALEH, no mês de novembro. De modo que só preenchia os formulários de inscrição dos alunos e recebia os pagamentos. Mas quando voltei das férias (viajem para BH/ES/SP – DEZ/MAR de 2009/2010) em 2010, um mês depois das aulas do IBAD terem começado, entre os meses de abril e julho, continuei ajudando o pastor. No entanto, só fiquei apreendendo! Mas no final de julho e começo de agosto; logo depois, das férias do meio do ano. O pastor me convidou para ensinar ‘Religiões Comparadas’ no curvo do SETEVALEH. Quem diria! Que experiência!

Dessa forma, foi justamente, ouvindo as aulas de ‘Teologia Bíblicas do Antigo Testamento’ ministradas pelo pastor David que passei a fazer, uma outra, leitura da Bíblia, pelo menos do Antigo Testamento. Bom! No meio acadêmico essa leitura é, denominada, da seguinte forma, leitura da ‘Bíblia Hebraica’. Que é uma coisa totalmente diferente da leitura devocional que costuma-se fazer. Ou, até mesmo, diferente da leitura ‘dogmática-cristocêntrica-sistemática’ que se faz, às vezes, na escola dominical e em alguns seminários.   

Agora, imagine, eu no IBAD estudando durante o ano Livros Históricos e Livros Sapienciais, de uma forma conservadora. Tendo que suportar, a cada minuto, aquela pesquisa ultrapassada. E, ao mesmo tempo, degustando, todo último domingo do mês, uma teologia acadêmica do Antigo Testamento. Não deu pra segurar!

O pastor da igreja me recomendou muitas leituras. Entre autores e autores, que só lendo pra descobrir. Conheçam alguns: Gerhard von Rad, Antonius H. J. Gunnenweg, Hans Walter Wolf, H. H. Howley, Milton Schwantes, Haroldo Heimer e José Luiz Sicré entre outros.

Nestas condições, a melhor parte, foi ter ouvido o pastor contar suas histórias com o teólogo Milton Schwantes. Tais experiências vividas por ele vieram de avião e pousaram no meu coração.

Depois, entre setembro e dezembro, passei a ensinar ‘Arqueologia’ no curso livre de teologia do SETEVALEH. Eram poucos alunos. Mas o que eu estudei, era brincadeira em! Conheci um dos melhores sites de teologia do AT na internet. O Ayrton's Biblical Page do teólogo católico Airton José da Silva. Um detalhe, la você encontra todo tipo de material relacionado ao estudo da Bíblia. Comprei o livro Panorama do Antigo Testamento, do teólogo Martin Rösel, editora EST. Li a Breve História de Israel de Schwantes. Foram muitas indicações bibliográficas de qualidade.

Logo, pode imaginar a mudança que aconteceu na minha teologia. Para quem só lia Karl Barth e estava dando uns vôos na teologia existencialista de Ruldof Bultmann, foi uma guinada.

Portanto, a caminhada estava só começando. Fica em off! Sabe o que é leitura histórico-social da Bíblia? Osvaldo Luiz Ribeiro sabe muito bem! Foi, mais ou menos, entre setembro e outubro que comecei acompanhar o trabalho dele na internet. Mas já havia ouvido falar dele em sala de aula, meu professor de Hebraico (Wellington) foi aluno dele, na Batista do Sul.  No terceiro ano vou retomar esse assunto.   


Milton Schwantes o amigão do meu pastor (David)







Pelo que ouvi Schwantes é um ser humano maravilhoso! Além de ser um excelente exegeta do primeiro testamento. Muitos livros publicados. Inclusive indico um: ‘Breve História de Israel. 3ª edição ampliada. São Leopoldo: Oikos, 2008. Detalhe, ele só anda com a Bíblia Hebraica e o livro Teologia do Antigo Testamento de G. Von Rad, debaixo do braço.

A leitura que ele faz da Bíblia é, a partir, de uma perspectiva tribalista. Com orientações do teólogo Norman K. Gottwald, assim ele produz teologia do AT. Schwantes diz que: “(...) quis insistir na inclusão de dimensões sociais, para que a História de Israel não se fixasse em demasia nos personagens, mas que refletisse a sociedade. Quis enfocar conflitos e sujeitos populares, assim como o fazem os profetas. Afinal, a profecia é, por assim dizer, quem constituiu a História de Israel.(Contracapa do livro “Breve História de Israel).

Pra finalizar, Schwantes estudou na Alemanha com orientação de Hans Walter Wolf. E conhece muito bem o teólogo Norman K. Gottwald escritor de “Tribos de Iahweh”. Confira a síntese do livro pela editora Paulus, disponível no site de compras:

Usando métodos e conclusões da sociologia e da antropologia, o autor foi capaz de formular modelos alternativos prováveis do tribalismo israelita, visto como um todo estrutural-funcional. O resultado a que o autor chegou é um modelo do primitivo Israel como um movimento de retribalização que conseguiu autonomia dentro da sociedade cananéia. E o distintivo da contra-sociedade israelita era uma forma igualitária de organização sócio política e de uma produção econômica escolhida pelos segmentos da população local que revolucionou a ordem do Estado sob a qual estava sujeita. Essa retribalização como uma contra-sociedade lança uma luz sobre a religião de Javé como um lugar de realidades ideológicas e organizacionais que reforçam o movimento igualitário social. É um livro que dá notável contribuição à teologia da libertação.

Quero falar um pouco de Gerhard von Rad

GERHARD VON RAD - (disponível em: http://www.biblicoteologico.blogspot.com/)




Gerhard Von Rad (21 de outubro, 1901 - 31 de Outubro de 1971) foi um pastor luterano alemão, professor universitário erudito do Antigo Testamento.
Com a experiência de duas guerras mundiais, o mundo de língua alemã começou a virar "anti-Antigo Testamento". Rad, incomodado com a situação, se dedicou ao estudo do Antigo Testamento e, gradualmente, começou a trazer de volta a sua mensagem.

Seu trabalho conseguiu uma renovação de interesse pela pesquisa no Antigo Testamento. Junto com Martin Norte, investigarão o Pentateuco e trabalharam com a tradição oral para a explicação da sua origem.

Gerhard von Rad nasceu em Nuremberg, Reino da Baviera, Filho de pais luteranos, foi educado na Universidade de Erlangen e na Universidade de Tübingen.
Mais tarde, lecionou na Universidade de Erlangen, 1929. E em 1930, na Universidade de Leipzig.

De 1934 a 1945 atuou como professor na Universidade de Jena e depois na Universidade de Göttingen 1945-1949.

Depois disso, ele se tornou professor de Antigo Testamento na Universidade Ruprecht Karl de Heidelberg no estado de Baden-Württemberg e lecionou até sua morte em 1971.

Foi-lhe conferido doutoramentos honoris causa na Universidade de Lund, Suécia e Universidade do País de Gales, Reino Unido.

História da Salvação - Gerhard von Rad esforça-se por direcionar a teologia do Antigo Testamento num rumo totalmente novo. Rad cria firmemente que o AT narra repetidas vezes os atos salvadores de Deus na história. No que se refere à história de Israel, ele assumiu uma postura crítica afirmando ser impossível determinar os aspectos históricos básicos do Hexateuco. Para von Rad, “o velho quadro da história de Israel, o qual a igreja tinha formado e aceitado com base no AT, foi destruído pouco a pouco pelo método histórico-crítico”. A erudição histórico-crítico considera impossível que todo Israel estivesse no Sinai ou que estivesse atravessado o mar vermelho e conquistado Canaã de uma só vez.

A força da obra de von Rad é a ênfase na mensagem veterotestamentária de que Deus agiu graciosamente a favor de Israel. Essa convicção ajuda von Rad a defender a validade do AT para a igreja em cada geração.

Conclui-se que no segundo ano as coisas começaram há mudar uma pouco. Passei a abordar a Bíblia de uma perspectiva mais crítica. Lendo as escrituras e analisando sua fonte, sua forma e sua redação.

Férias de 2010.

Continua...




25 de fevereiro de 2011

MINHA MÃE ME ENSINOU!

Três ensinamentos transmitidos pela minha mãe.  Eu levo comigo.

Em primeiro lugar, me ensinou a acreditar em Deus. Todas as noites que havia com a mãozinha no rosto, na hora de dormir; quando ainda era criança, não compreendia muito bem. Mas hoje eu entendo o que ela estava fazendo.


As vezes que íamos ao centro de São Paulo, para freqüentar a Internacional da Graça, esses momentos não saem da minha memória.


E, logo, quando comecei a frequentar a igreja verdadeiramente, em uma de nossas conversas; ela me disse “você não sabe o quanto eu pedi a Deus por você”. Isso eu nunca esquecerei!

Em segundo lugar, me ensinou a honestidade. Eu estou para conhecer uma pessoa tão fiel em seus contratos financeiro, quanto a minha mãe.


E isso ela vive me cobrando. Para que todas as contas que tenho estejam em dia. Ela é daquelas que não gosta de ficar devendo pra ninguém.


Já bastasse a vez que ela injustamente foi lesada pela vida e demorou muito para se restaurar. Bom! Eu vi tudo isso. Mas graças a Deus hoje está tubo bem. Honestidade é o lema dessa trabalhadora.


Em terceiro lugar, me ensinou ouvir boas músicas. Raimundo Fagner que o diga!E, se eu, desbanquei para outro lado não foi culpa dela. Talvez, seja porque, morei muito anos em Itaquera, São Paulo – SP. Lá é o bairro do pagode, reggae e rap.


Portanto, vale à pena ouvir o repertoria musical dessa coroa. Um poeta como Fagner com Zeca Baleiro, fica melhor ainda.



Entre outros cantores maravilhosos. Vamos lá: Ivan Lins, Chico Buarque e Agepê entre outros.     

Couro cabeludo grosso, cabelo liso dá nó!

Couro cabeludo grosso, cabelo liso dá nó!

O titulo “couro cabeludo grosso, cabelo liso dá nó!”, é uma metáfora que expressa à seguinte reflexão. Trata-se, da condição do evangelho que, pode ser interpretado da seguinte forma, um objeto puro e um sujeito corrompido.
Nestas condições, pensa-se no que estão fazendo com o evangelho puro; promovido por propagadores fraudulentos das Igrejas Evangélicas do Brasil, no mundo pós-moderno.
Desse modo, levanta-se a seguinte questão. O evangelho se transformou pelo espírito do tempo? Ou as pessoas mudaram pela falta do exercício do pensar? Poderíamos dizer: Que o sistema irracionalista criado pelos nossos contemporâneos, que querem as coisas para “ontem” levaram-nos ao seguinte estado “imediatismo”. 
Entretanto, ao se referir ao termo “imediatismo”, comumente se coloca em evidência a capacidade que temos de querer ouvir os prognósticos de nossas vidas, antes de alguma coisa acontecer conosco.
Até porque interpretações futuristas acontecem todos os dias, entre as pessoas que fazem parte dessa sociedade. Por exemplos: horóscopos, jogos de búzios, ciganos, médiuns de centros espíritas, profetas evangélicos, videntes e adivinhos.
Todos “com soluções místicas para os problemas da vida” (segundo Luiz Sayão, 2008). E isso tem afetado a pureza daqueles que se dizem pregar o evangelho.
No entanto, o evangelho tem sido transmitido por pessoas que desejam acompanhar o espírito do tempo, e assim, promover aquilo que os evangélicos querem ouvir, semelhante a esses místicos da contemporaneidade.
         Diante da metáfora “couro cabeludo grosso, cabelo liso dá nó!”. Se expressa à vontade sincera de trazer de volta o “cabelo liso” o evangelho puro. Para transformar o “couro cabeludo grosso” os propagadores do evangelho.
A fim de que nossos contemporâneos valorizem o uso da razão para interpretação da vida. Principalmente os evangélicos, porque “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec. 3. 1). E, esperar é uma das maiores virtudes cristãs, para este tempo de “imediatismo”.
         Conclui-se que ao nos referimos a este “evangelho puro”, fala-se da esperança do vir – a – ser, que com dificuldades tem sido construída por aqueles que priorizam o uso da razão, na proclamação das boas novas, para solucionar os problemas da vida.
O “evangelho puro” a de subsistir nesse mundo das Igrejas Evangélicas do Brasil...

24 de fevereiro de 2011

Putz! A coisa tá feia - Voltando de férias

Putz! A coisa tá feia.
1ª parte



As aulas voltaram! É, mais um ano de aprendizado teológico pela frente.

Se puxar na memória quando cheguei ao IBAD. É, justamente, como diziam os "terceiro-anistas" PIRRU...  Com todas as letras maiúsculas! Além do mais, aprendi a ser amigo das dúvidas. O próximo ano foi bem diferente, um pouco mais de confiança, entre idas e vindas, o processo de desconstrução e construção, já estava começando a se desenvolver. Rocha apud Tillich fazia das minhas dúvidas, vitaminas para fé. E no terceiro ano, tudo desmoronou, mas não tem problema! Eu estou disposto a construir meu Cristianismo tudo de novo. 

Primeiro ano
No primeiro ano parecia que, ‘não’ estava nem indo para um seminário. Mas, sim, para um céu-minario, no entanto, no decorrer do ano, descobri que não era bem isso que imaginava.
Logo, o ano se passou e lá se foram algumas convicções superficiais da fé cristã. Ainda bem, que eram superficiais. Por exemplo, a ânsia pela itinerância. Até que, não doeu tanto!
Olha, eu até, já, havia pregado em alguns estados do Brasil, - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Grande São Paulo. As mensagens da capela me fizeram mudar, visto isso o "dik's" de pregador pentecostal foram todos pelo ralo. 
Alguns amigos (as), missionários (as), pastor (as) e entre outros, notaram a diferença. E, me perguntavam “pode dar gloria Deus, pelo menos?!” Muitas piadas, se desenrolaram, em relação ao meu comportamento, que parecia um pouco anti-pentecostal. E olha que eu não falava nada. Imagina se falasse!
Portanto, o ano foi lindo! Conheci Karl Barth, Paul Johannes Tillich, Ruldof Karl Bultmann, Wolfart Pannenberg, Jürgen Moltmann e os agregados.

Não posso esquecer-me que no primeiro ano, li um livro, excelente. Inclusive, faz parte da minha leitura, até hoje. Confira: Rocha, Alessandro. Teologia Sistemática: no horizonte pós-moderno. 1. Ed. São Paulo: Editora Vida. 2007. É, justamente, essa literatura, esse teólogo e outros autores do gênero (Osvaldo L. Ribeiro, Hans Küng, Edgar Morin entre outros), que tem sustentado minhas idéias. Quando for comentar o terceiro ano, vamos voltar neste livro e nestes autores.   

Karl Barth e o totalmente Outro
Karl Barth com uma teologia cristocêntrica fazia-me dar voltas, e voltas... E chegar a êxtase... Em algumas de minhas crenças mais profundas. Teólogo excelente!
Barth resgatou os grandes temas da reforma protestante. Sua teologia residia no conceito de revelação centrado na Palavra de Deus, que não é o mesmo que escrituras. Buscou fazer uma abordagem livre, sem qualquer influência filosófica. A não ser o existencialismo 'um estranho mundo novo dentro da Bíblia'.
Barth produziu teologia dogmática, eclesiástica e ao mesmo tempo teologia política (com sentido pastoral), para igreja e para o mundo. Não poderia deixar de falar, daquilo que, mais me impressionou na teologia de Barth, a ideia de "Deus ir ao encontro do homem, pois o homem é incapaz de ir a Deus", enfim, uma teologia de cima para baixa. E, isso muda tudo! Inclusive a antropologia. Maravilhoso! 
E pra variar, Barth só era amigo de Hans Küng e de Hans Urs Von Balthasar teólogos católicos que, beberam da fonte barthiana. O concílio do Vaticano II que o diga! Sem mais delongas.
Mas, decidi mudar um pouco o cardápio.

Ruldolf Karl Bultmann e a 'demitologização'.
Com influências do pastor da igreja que congrego, o existencialismo bultiniano foi o que mais chamou minha atenção. Essa ideia de querer saber a essência das coisas começou a dar lugar para ideia de querer viver a vida, enquanto existência (consciência do corpo).
Nas palavras de Martin Heidegger “vida autêntica”. Bultmann era amigão de Heidegger, e tudo o que foi incorporado na teologia do novo testamento bultiniana, deve muito a Heidegger.
Bultmann olhou para a história num sentido de ‘causa e efeito’ e isso fez, ele deixar o fato histórico no passado, e assim, interpretar o kerigma como um acontecimento existencialmente histórico.
Ou seja, Jesus pergunta para os discípulos: “Quem dizem que eu sou”. E, Pedro responde: "Tu es o Cristo”. Está aí, para Bultmann você precisava ser confrontado por essa afirmativa e tomar uma decisão que, te orienta a um encontro com Deus. Isso mexia comigo, fez-me olhar a vida, numa perspectiva de querer tornar cada momento, um momento significativo, diante de Deus e dos outros.
A demitologização significa que a visão de mundo (cosmovisão) apresentada no NT, já estava ultrapassada. Então, o evangelho devia ser interpretado a luz da visão moderna. É a necessidade da teologia dialogar com o seu tempo. Bultmann diria "A visão bíblica do mundo é mitológica e, portanto, é inaceitável para o homem moderno, cujo o pensamento tem sido modelado pela ciência e já não tem mais nada de mitológico." (Jesus Cristo e a Mitologia, p. 29). 
Em poucas palavras, Bultmann colaborou com esse pensamento para teologia.

Outros como: 
Tillich e o Ateísmo cristão.
Pannenberg e a História da Salvação na História Universal.
Moltmann o pregador da esperança.
São teólogos de influência na teologia contemporânea.
Portanto, o ano terminou, vieram às férias de 2009 e, consequentemente, outros pensamentos passaram a me moldar.




Continua...  

22 de fevereiro de 2011

Teologia Pentecostal

Teologia Pentecostal: algumas ressalvas a teologia pentecostal
por
Fernando de Oliveira

A teologia pentecostal se desenvolveu lentamente ao longo de 100 anos, e ainda está engatinhando, mas pode-se dizer alguma coisa sobre o ponto de vista destas denominações concernente ao “Pentecostalismo”.
Como se sabe, esse movimento tem como padrão de sua crença o “batismo com o Espírito Santo e a atualidade dos dons espirituais”. Entretanto, partindo desse pressuposto pode-se em poucas palavras definir a Teologia Pentecostal como: “estilo evangélico de conversão, santificação, cura divina, pré-milenismo e o retorno escatológico do poder do Espírito Santo evidenciado pela glossolalia” [1] segundo Israel de Araújo (2007 p. 541).
Desta forma, tecer reflexões teológicas embasado nesses temas seria um método eficiente para chegar a uma conclusão coerente sobre a teologia desse movimento.    
            Nestas condições, enumerar cada conceito para melhor compreensão de estudo, leva-nos aos seguintes tópicos: 1) estilo evangélico de conversão; 2) santificação; 3) cura divina; 4) pré-milenismo; 5) retorno escatológico do poder do Espírito Santo evidenciado pela glossolalia.

1)    estilo evangélico de conversão.

Ao se referir a este ponto, logo os vem à mente o modo comum de conversão praticado nestas igrejas, que em síntese pode-se denominá-lo de “método cartesiano de conversão”. E, que consiste em primeiro passo – a pessoa aceita a Jesus Cristo; segundo passo – faz sua confissão diante da igreja; terceiro passo – passa pelo discipulado do batismo na águas; e o quarto passo – é integrada ao corpo de Cristo para participar da Santa Ceia. Então, pode-se dizer que esse processo tem sido muito valido entre as igrejas pentecostais, e que inclusive muitos cristãos passaram por esse processo.
         Até porque a pedra fundamental [2] deste desenvolvimento da conversão tem sido “A fé em Jesus Cristo como único meio de salvação” (Jo 14: 6; At 2: 21; At 4: 12; Ef 2: 8). Entretanto, todo esse processo deve transcender as expectativas de rito e sacramentos religiosos. E, cada cristão deve plenamente receber a superabundante graça [3] e perceber que todo este simbolismo foi instituído apenas para o homem entender e se sentir em paz com Deus. “As figuras são para que o cristão entenda e durma em paz” [4]. Pois, quem pode compreender o mistério do Deus-homem morrendo pelos pecadores, que voluntariamente decide servi-lo? Sola Gratia. Como diria Karl Barth:

Mas este testemunho é a Palavra de Deus para nós, dizendo: Você, ó homem, com seu pecado, pertence completamente, como propriedade de Jesus Cristo, ao domínio da misericórdia inconcebível de Deus, que não nos vê como aqueles que vivem por viver e agem por agir, mas diz para nós, “Você está justificado”. Para mim você não é mais um pecador, mas onde você está também Eu estarei. Olhe para este Outro. Se você está ansioso de como se arrepender, deixe apenas que ele lhe diga: “Teus pecados foram perdoados”. Se você perguntar “que mais posso fazer, como adequar minha vida em companheirismo com Deus”, deixe a resposta chegar até você que a expiação por sua vida já foi realizada e sua comunhão com Deus completada. Sua reação, ó filho do homem, consiste apenas na aceitação desta situação, de que Deus o vê agora mais uma vez e o recebe mais uma vez em sua Luz, como criatura que você é. (1946, p. 218.). [5]

Logo, esses rituais e sacramentos são apenas reflexos daquilo que Jesus Cristo já fez por nós. Ou seja, cada cristão nunca foi mais salvo, nem menos salvo, nem antes, nem durante, nem após este processo; apenas cumpriu aquilo que havia sido proposto desde quando passou a ser impactado pela Graça de Deus.

2)    santificação.

A santificação é o que se pode denominar como posicional (o direito de santos que Jesus Cristo conquistou por nós [Hb 10: 10]); a progressiva (aquela cujo Espírito Santo opera para santificação no presente [1Pe 1: 15]); e futura (a que ainda será realizada na Vinda de Cristo [Ts 5: 23]).
         Desse modo, a afirmação do versículo “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a santificação ninguém verá o Senhor” [6], serve de base para corrigir alguns erros entre os pentecostais que aliam santificação a exterioridade (semelhante aos fariseus), e ao batismo com Espírito Santo e dons espirituais. Tornando-se, assim, ufanemos em relação a sua vida espiritual e santa, se esquecendo que o Apostolo Paulo recebeu um “espinho na carne” [7] para não se exaltar. Portanto, as palavras de William Seymour (Dez. 1906) mostram-nos que santificação está entretecida a vida cristã como um momento antes de ser batizado com o Espírito Santo; leiamos:


No primeiro capítulo de Atos, Jesus orienta os discípulos a esperarem pela promessa do Pai. Não era para esperar pela santificação. O sangue de Cristo já havia sido derramado na cruz do calvário. Ele não ia enviar o seu sangue para limpá-los da carnalidade, mas o seu Espírito, para dota-los com poder. Eles subiram a Jerusalém, louvando e bendizendo a Deus com grande alegria. E permaneceram de comum acordo em oração e súplica. pag. 81.[8]


Não há nada mais doce, mais sublime ou mais santo neste mundo que a santificação. O batismo com o Espírito Santo é o dom de poder na alma santificada, capacitando-o para pregar o Evangelho de Cristo ou para morrer na fogueira. pag. 82.[9]

3)    cura divina.

Certamente, “Jesus cura” como se pode ler nos Evangelhos (Mt 8: 16; Lc 7: 2). Agora se deve tomar cuidado com charlatanismo e as sessões espirituais de cura divina, promovidas por algumas igrejas pentecostais e neopentecostais na contemporâneidade, que não tem nada haver com Cristo. Eles aproveitando-se da fé ingênua de boa parte dos cristãos. Com slogans do tipo “gluta dos milagres” “culto de despacho espiritual” entre outros; só para angariar dinheiro e prestigio. Mas para o consolo dos fiéis restam as seguintes palavras ditas por Jesus: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mt 7: 22,23).

4)    pré-milenismo.

Este é o tema escatológico do momento a maior parte das Igrejas Evangélicas Pentecostais crê desta maneira. Não levando a vertente pré-milenista para descrédito, sua mensagem tem sido o ápice das produções de filmes na atualidade. Gerando muito lucro para a indústria cinematográfica.
Com personagens assustadores e prodigiosos na pele do anticristo, cataclismos terríveis e ameaçadores ao planeta terra, sumiços repentinos e invisíveis para emocionar os telespectadores e hegemonias políticas e religiosas do mundo capitalista em ascensão. Tais modelos cinematográficos; nem as escrituras definem o que realmente seja esses modelos. E ainda, exatamente, dentro do prisma escatológico pré-milenista.
         Logo, todos estes apelos devem ser lidos a luz das escrituras, em contraste com a Teologia Patrística e Reformada, que, por conseguinte é um conceito mais coerente com a Bíblia, conforme (1Ts 4: 16,17). O incrível é que Jesus nunca disse que ele iria voltar de uma forma invisível para os cristãos, ou seja, em duas fases. Isso é fruto da sistematização escatológica do irmão C. I. Scofield.

5)    retorno escatológico do poder do Espírito Santo evidenciado pela glossolalia.

A respeito do Espírito Santo e a vinda de Jesus pode-se dizer, que um dos sinais que marcam a volta de Cristo é o derramamento do Espírito Santo (At 2: 16,17; Jl  2: 28); e segundo Antônio Gilberto (3º trimestre de 2006, p. 94) que diz:

Com este sinal vem também a operação de milagres e prodígios, a dinamização e expansão do evangelho e o avanço da obra missionária. Através dos séculos, o Senhor nunca deixou de derramar o Espírito Santo sobre seu povo, ora mais, ora menos. Mas a partir de 1901, o derramamento do Espírito Santo tem sido cada vez maior, fato que o nosso país é testemunha. [10]

        Fica a pergunta! Os pioneiros do Movimento Pentecostal criam que quando ocorria o batismo com Espírito Santo na vida do crente, com evidencia física o falar em línguas; era para que o evangelho fosse anunciado com dinamismo e que os missionários fossem capacitados para falar em outro idioma, cujo nunca haviam aprendido antes? (At. 2: 7,8)
Então, como ficam as overdoses espirituais promovidas em avivamentos que não tem quase nenhum impacto na evangelização? Levando em consideração que o dom de línguas edifica a cada crente espiritualmente (1 Co 14: 4).
Portanto, o resultado deve ser de evangelização mundial, e de impacto social em um sistema que se tem degenerado aos poucos, por conta, da corrupção, violência e distúrbios sexuais. Mas enquanto, o Pentecostalismo continuar a margem da sociedade, sendo tratado como um movimento de pobres, negros e analfabetos; vamos precisar sim! Que Jesus nos revista de poder e autoridade para mudar esta situação e mostrar para sociedade que a pregação da mensagem pentecostal, é mais que, um êxtase espiritual sem nenhuma finalidade vivido pelos pentecostais. A fim de se igualar a eficácia pentecostal vivida entre os negros nortes americanos.

Bibliografia:    

Araújo, Israel. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1º ed. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 2007.
Gilberto, Antonio. Revista Lições Bíblicas. As doutrinas Bíblicas Pentecostais. RJ: CPAD, 3º trimestre de 2006.
Keefauver, Larry. (Ed). O avivamento da Rua Azuza – Seymour. RJ: CPAD, 2001.
Ozean Gomes, Jose. Aula de Epistolas Paulinas: Instituto Bíblico das Assembléias de Deus. 16/03/2010, Pindamonhangaba - SP.
Barth, Karl. Esboço de uma Dogmática. São Paulo: Editora Fonte Editorial, 2006.
Franklin Ferreira, e Alan Myatt. Teologia Sistemática, uma analise histórica, Bíblica e Apologética para o contexto atual. 1. Ed. São Paulo/SP: Editora Vida Nova. 2007.
Mariano, Ricardo. Estudos Avançados - Expansão pentecostal no Brasil: o caso da Igreja Universal. Data Set./Dez. de 2004. Disponível em www.scielo.com.br. Acesso em 15/03/2010.
Bíblia. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal Antigo e Novo Testamento. Tradução por João Ferreira de Almeida. Editora CPAD, 1995.   



[1] 6 Israel Araújo. Dicionário do Movimento Pentecostal, p. 541.
[2] 7 V. 1 Co. 3: 11.
[3] V. Rm. 5: 20.
[4] José Ozean Gomes. Aula de Epistolas Paulinas: Instituto Bíblico das Assembléias de Deus. 16/03/2010, Pindamonhangaba - SP.
[5] Karl Barth. Esboço de uma Dogmática. p. 218.
[6] V. Hb. 12: 14.
[7] V. 2 Co. 12: 7.
[8] Larry Keefauver. O avivamento da Rua Azuza – Seymour. p. 81.
[9] Ibidem. p. 82.
[10] Revista Lições Bíblicas. As doutrinas Bíblicas Pentecostais. p. 94.