24 de novembro de 2011

Pentecostalismo e Escatologia Dispensacionalista

OS SIONISTAS CRISTÃOS:
Na rota para o Armagedóm

Stephen R. Sizer


Qual seria a relação do Pré-Milenismo Dispensacionalista com a Política Norte-Americana? A dissertação de "Daniel Rocha" é muito sugestiva. Aconselho a leitura, basta clicar no link... PUC MINAS

15 de novembro de 2011

Karl Barth, a Teologia da Palavra de Deus e Um Mundo Sem Fundamentação Metafísica da Verdade

Karl Barth (1886-1968). Sua maior contribuição à teologia evangélica foi reafirmar, novamente, os dogmas fundamentais da Fé Cristã.  Sendo que sua teologia alcançou ápice nas primeiras cinco décadas do século XX. Barth escreveu a famosa Dogmática da Igreja e, também, a Carta aos Romanos, Esboço de uma Dogmática, Introdução a Teologia Evangélica entre outros livros. Foi pastor em Safenwil, interior da Suíça. E professor de Teologia Reformada em Göttingen, Tübingen e Bonn. Sempre se dedicou a interpretação sistemática das Sagradas Escrituras.
            A Carta aos Romanos é o manifesto de Barth, na obra, ele irá contra os ensinamentos recebidos pelos teólogos liberais (Schlatter, Harnack, Cohen e Natorp [particularmente os neokantianos] – com exceção de Wilhelm Hermann), com os quais houvera aprendido na Universidade. Na obra ele chega a afirmar que a história da humanidade “é a luta pela existência, hipocritamente dissimulada nos ideais de justiça e liberdade (BARTH, 2009, p. 113)”.  Assim, ele estava querendo mostrar que a teologia liberal, era uma espécie de moralismo apático; que na verdade, parecia mais, uma auto-justificação do ser humano. Em detrimento da justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo.
Sendo que os liberais ainda alimentavam, uma certa, crença nos ideais de justiça e liberdade do Iluminismo, isto é, o progresso científico da raça humana. De modo que os alemães estavam fazendo a vontade de Deus ao se rebelar contra as nações Capitalistas. Conforme afirma Olson (2001), seus professores (em especial Harnack) apoiaram a política de guerra do governo alemão. Tanto é que Barth se decepcionou, pois a teologia liberal que tinha aprendido, não servia para suas pregações na comunidade onde era pastor.
Barth é classificado na escola teológica da Neo-Ortodoxia. Os liberais rejeitaram os dogmas e interpretavam a Bíblia de forma puramente racional. Barth foi lá e resgatou os princípios de fé definidos pela igreja. Fazendo uma re-leitura dos pontos centrais do Cristianismo. Segundo Olson (2001), Barth foi uma praga para existência dos liberais. Sua teologia estava centralizada na Palavra de Deus, que é o um evento que está além do mundo e da razão humana.
A Bíblia não é a Palavra de Deus, ela se torna a Palavra de Deus, à medida que ganha significado na existência humana. Sendo que, tanto a Palavra escrita quanto a falada, ambas se tornam a Palavra de Deus. Segundo Barth (2007), não se diz nada de diferente, apenas confirma-se que a Palavra de Deus tem seu cumprimento na história de Jesus Cristo, que consuma a história de Israel – acontecendo, assim o Evangelho de Deus. Aqui ele tem influências do Existencialismo, mas logo depois deixa esta filosofia de lado. E se recusa a aderir qualquer tipo de filosofia em sua teologia. Na segunda edição da Carta aos Romanos, ele elimina por completo toda influência existencialista. 
Já a Palavra revelada não se torna a Palavra de Deus, ela é a própria Palavra. Barth deu todo um sentido Eclesiológico Cristológico para a “Teologia da Palavra de Deus”. Porque a igreja é o veículo da proclamação e revelação de Deus. “A Bíblia [veio a ser] não é meramente uma coletânea de documentos antigos a serem examinados criticamente, mas, sim, uma testemunha de Deus” (BROWN, 1989 apud FERREIRA, s/d, p. 3). Esta revelação tem sua expressão máxima em Jesus Cristo, que é o logos de Deus. “Cristo é a verdadeira 'Palavra de Deus' que jamais passará e que permanecerá para além dos céus e da terra (BARTH, 2009, p. 140)”.
            Se a Bíblia é a revelação através de Jesus Cristo como um evento encarnacinal, ela é o testemunho da revelação que por si mesmo pertence à revelação. A Palavra de Deus é supra-cultural e a-histórica. Logicamente não está reduzida a uma mediação cultural. “Barth denunciou todas as tentativas da razão de emudecer a Palavra de Deus e procurou mostrar que é na Igreja que se dá a escuta da Palavra que é pronunciada pelo próprio Deus” (SANTANA, 2011, p. 68). Assim, não há nenhuma influência filosófica, na concepção de revelação barthiana.  
E em todas as suas obras procura evidenciar que o Cristianismo não tem nada haver com platonismo, estoicismo e neoplatonismo. No Esboço da Dogmática afirma que ao pronunciar o nome de Cristo “[...] não é o simples suporte verbal de uma realidade superior (o platonismo não intervém aqui!). Trata-se de [...] uma pessoa mesmo (BARTH, 2006, p. 92)”. Aí Barth está querendo se defender das idéias neokantianas (Cohen e Natorp). Conforme afirma Emmanuel Kant “não existe a possibilidade de acessar em nível de conhecimento [epistemologia] o mundo metafísico” (cf. Critica da Razão Pura). Por isso, para ele a Palavra está excluída do âmbito da racionalidade. Em contra partida, ele está querendo resolver um problema seriíssimo. Um mundo sem fundamentação metafísica da verdade. Coisa que os liberais haviam aceitado numa boa. Ainda mais depois que Friedrich Wilhelm Nietzsche, afirmará que o “Cristianismo é platonismo para o povo” (cf. O Anticristo).
Barth está maquiando toda uma escola filosófico-teológica construída nos 1900 anos de História da Igreja. Para nos convencer que a teologia dele é livre de qualquer tipo de influência filosófica. Bem, os pais apostólicos cindirão a teologia judaica com o platonismo. Venho Agostinho e reafirmou todo o status da Teologia Cristã a luz do neoplatonismo. Os reformadores (Martinho Lutero e John Calvino) bebem da fonte agostiniana, até se saciarem. Barth é oriundo de educação reformada. E vem dizer que o Cristianismo, não tem nada a ver com platonismo. Só, desta maneira, para justificar que a Palavra de Deus, mais precisamente “dogma” é uma revelação que advêm do além. Porque para os liberais a Bíblia era uma produção cultural, aberta a investigação histórico-crítica. Coisa que Barth rejeitava veementemente.
Nesta situação, vale à pena salientar, que o que se conhece como Bíblia, é um livro culturalmente condicionado, mas para Barth não era assim. Para ele o princípio orientador da Bíblia não foi à hermenêutica-exegético-crítica; mas, sim o credo, a confissão, a doutrina, o dogma etc. Isso significa que a Bíblia, não é um documento antigo que precisa ser interpretado, mas um punhado de doutrinas e dogmas, na qual Deus é revelado. O que prevalece é caráter sistemático da Fé Cristã, que foi enrijecido pela metafísica. Barth ignorou todos os avanços da crítica-histórica. E formulou sua teologia como se o século XIX, nunca tivesse acontecido. Jogou fora todo o legado do século XIX. E escolheu se encontrar novamente no mundo do século XVI, de volta a velha ortodoxia luterana e calvinista.
 Barth afirmava que “não são os pensamentos humanos corretos sobre Deus, mas os pensamentos divinos corretos sobre os homens que formam o conteúdo da Bíblia (BARTH, 1928 apud OLSON, 2001, p. 593)”. Esta afirmativa o fez retornar a um fideísmo irracional. Semelhante ao discurso conservador que desaprova a racionalidade humana. Porque uma cosmovisão humanista irá dizer que “tudo que o homem pensa, está em um processo contínuo de verdades provisórias”. Inclusive a Bíblia quando lida cientificamente, o que se tem são hipóteses de interpretação. Barth não acredita em tal pensamento, pois ele afirma que a verdade “é a nossa origem [...] porquanto “Cristo em nós”, como julgamento e justificação, é a VERDADE, é o Espírito que habita em nós [...] (BARTH, 2009, p. 452)”.
Barth tem toda razão, mas só que essa verdade é metafísica. Não esta aberta a um objeto fenomênico, enquanto sujeito do juízo. Nestas condições, o sujeito do conhecimento só pode conhecer aquilo que se configura no ‘tempo e no espaço’ – fenômeno. Em detrimento, do conhecimento que não é apresentado à sensibilidade, de modo que o pensamento puro não produz conhecimentoπιστήμη, isto é, verdadeiro conhecimento – númeno. Neste caso, o que tem que ser revisto não é a Bíblia, é o Deus metafísico de Barth. Portanto, ele preferiu continuar tratando, o que considerava Palavra de Deus, como instrumentalização de palavras estético-normativas, cuja finalidade é sempre de manter um discurso unívoco que procura abarcar as idéias sobre-humanas e aplicá-las ao mundo do fenômeno.
   Nietzsche havia declarado a “morte de Deus” (cf. Zaratustra). Não a do Deus da fé, mas a do Deus metafísico. O Deus que nasceu do coito entre o judaísmo e a filosofia platônica. Barth, então, vai querer salvar o que ele considera importante para o Cristianismo (nascimento virginal, ressurreição, Deus encarnado etc.). No caso, as formulações dogmáticas rejeitadas pelos liberais, na qual Deus se apresenta a humanidade. Através da Palavra de Deus (num sentido sistemático), mais precisamente a revelação. Platão (cf. A Republica), aqui é elevado ao mais alto e sublime lugar, pois existe uma força além do mundo físico, que deve reger todas as coisas. Inclusive o pensamento dos homens sobre o mundo.
     Na Reforma Protestante Lutero (cf. 95 Teses e Nascido Escravo) se rebelou contra um sistema eclesiástico totalmente platônico, no qual o vigário de Cristo era o veículo de revelação da igreja. Aí Lutero usou Aristóteles (cf. Metafísica I e II), para legitimar seu discurso afirmando que “todo ser humano é livre para escolher sua felicidade”. Num sistema democrático platônico, não era assim. Na polis existiam duas classes de pessoas os bem nascidos e os que se ocupavam com os negócios. Os bem nascidos eram os que mandavam na sociedade e deviam ser respeitados, porque, possuíam a orientação dos deuses. Já o restante da população não iria acender nunca, pois não faziam parte da estirpe, eram simples comerciantes.
Lutero foi lá e usou Aristóteles para romper com a igreja. Afirmando o sacerdócio universal de todos os crentes. De modo que o instrumento autenticador de seu discurso era as Escrituras. Porque ele não tinha o papado, por trás, de suas escolhas. Assim, somente a Bíblia para ajudá-lo e, ao mesmo tempo, tomar o lugar do Papa. Entretanto, logo, que conseguiu se separar da igreja Católica voltou novamente para Platão. E a ideia de livre interpretação das Escrituras se desvaneceu como poeira. E o que continuou controlando a igreja da Reforma foram os dogmas. Sendo que, se algum grupo marginalizado, desconsiderasse pontos fundamentais da Fé Cristã, era perseguido.
Barth fez mais ou menos isso, dizendo que a igreja é a tutora da revelação divina, que transcende a expectativas deste mundo. Os católicos têm colégio apostólico para dizer o que deve ser crido. E se for dito algo diferente, o teólogo corre o risco de ser excomungado. Já em Barth é Espírito da verdade que controla tudo e, nós, somente se aceitamos o jogo. E se alguma coisa no pensamento dos homens, não está em consonância com o credo, a confissão, a doutrina, o dogma etc., não são ambas as formulações que estão erradas. Mas, sim, os pensamentos humanos que estão incorretos. O núcleo do Cristianismo barthiano é proposional e revelado, portanto, não é necessário interpretação, somente racionalização das formulações dogmáticas.
Karl Barth fez aquilo que acreditava ser a melhor forma para salvaguardar os princípios de fé definidos pela igreja. Mesmo que para isso tivesse que negar a história humana (enquanto fenômeno humano), como palco da relação entre Deus e o homem. Afinal de contas, não pode existir juízo de valores, nem no que se refere à metafísica ou a interpretação racional. Tanto a verdade metafísica quanto a verdade da razão, são duas concepções distintas. O mundo metafísico faz parte da noosfera (mundo do pensamento), característico da dimensão lúdica do ser humano (imaginação). Já a razão, faz parte de algo, que é próprio da natureza dos seres vivos, que se constituem, de modo aberto ou fechado, a todas as condições do mundo. Faz parte do Reino Animal (Zóon logikón, animal racional) e dos demais Reinos. Portanto, não existem certo ou errado, somente dimensões distintas (não separadas) de um mesmo ecossistema-sistemicamente-organizado.

Fernando de Oliveira
15 nov. 2011às 13h09 mim.
Pindamonhangaba-SP
fernan_resgate@hotmail.com


BIBLIOGRAFIA.

BARTH, Karl. Carta aos Romanos. 5. ed. São Paulo: Fonte Editorial, 2009. 854 p.
______. Esboço de uma Dogmática. São Paulo: Fonte Editorial, 2006. 224 p.
______. Introdução a Teologia Evangélica. 5. ed. ver. São Leopoldo: Sinodal, 1996. 128 p.
FERREIRA, Franklin. Karl Barth: Uma Introdução à Sua Carreira e aos Principais Temas de Sua Teologia. Disponível em: <http://www.monergismo.com/textos/biografias/barth_franklin.pdf>. Acesso em: 11 de Ago. 2011.
OLSON, Roger. História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradição e reformas. São Paulo: Editora Vida, 2001. 668 p.
SANTANA FILHO, Manuel Bernardino de. Por uma antropologia teológica ecumênica: uma leitura a partir da eclesiologia cristológica de Karl Barth. In: ROCHA, Alessandro Rodrigues. [organizador]. Ecumenismo para o século XXI: subsídios teológicos para a vocação ecumênica de todo cristão. São Paulo: Fonte Editorial, 2011. pp. 67-86.


5 de novembro de 2011

Um mundo onde conhecer é criar e afetar-se melhor (André Martins)

Um mundo em crise: reinventar os alicerces da modernidade.
Esta é uma série do Café Filosófico que tem sido exibida na TV Cultura nos últimos domingos. E que, por sinal, tem abordado temas desestabilizadores, como: liberdade da vontade, os fins, ordem moral do mundo, o não egoísmo e o mal. Portanto, tais assuntos, nos levam a repensar nossas atitudes diante da vida, pois num mundo sem uma fundamentação metafísica da verdade; o que seria fazer do conhecimento o mais potente dos afetos? Eis a crise da modernidade!  
Clique aqui cpflcultura e assista toda série.

30 de outubro de 2011

Raymond E. Brown

Introdução ao Novo Testamento
A obra de Brown é um clássico, cuja principal característica é de ser escrita para leitores e estudiosos não especialistas e, até mesmo, não cristãos. Trata-se de um estudo crítico do texto, situado, por certo, dentro de seu contexto global, histórico, cultural e religioso, que nos permite avaliar o que seus autores tencionaram transmitir, mostrando também o alcance de sua mensagem e sua repercussão na história do pensamento e do comportamento religioso da humanidade como um todo.
Na primeira parte, o autor, estuda o que chama de pressupostos para a compreensão do texto: sua natureza e origem e os contextos político e cultural em que se situa. Trata-se de um estudo sintético magistral dos conhecimentos básicos com que trabalham todos os intérpretes sérios e competentes da Bíblia, sem os quais não se pode hoje pretender interpretar validamente nenhum texto sagrado.
Na segunda parte, estuda os testemunhos escritos pré-evangélicos, que a leitura crítica dos próprios quatro evangelhos canônicos permitem identificar, e fornece os elementos de base para a leitura de Marcos, Mateus, Lucas e João, incluindo a introdução aos Atos na seqüência do evangelho de Lucas, e as cartas joaninas, na seqüência de João. Note-se a estrutura paralela dos capítulos, abrindo-se, no fim, para uma consideração mais genérica dos temas religiosos que estão no horizonte de cada um dos escritos.
A terceira parte é dedicada aos escritos paulinos. Introduzem-na três capítulos de grande importância sobre a classificação e o formato do corpus paulino, seguida de um capítulo sobre o próprio Paulo, sua vida e seu pensamento, um outro, em que o autor faz uma apreciação da figura e da doutrina do Apóstolo. Seguem-se, então os capítulos dedicados às cartas paulinas propriamente ditas, vindo depois, uma consideração geral sobre a pseudonímia dos escritos deutero paulinos e a introdução a cada um deles.
Na quarta e última parte, dos demais escritos do Novo Testamento: a Carta aos Hebreus, a Primeira Carta de Pedro, a Epístola de Tiago, a de Judas, a segunda de Pedro e o Livro da Revelação ou Apocalipse. Dois grandes apêndices sobre o Jesus histórico e os escritos judaicos e cristãos gnósticos da época abordam temas indispensáveis à compreensão do Novo Testamento. Vários índices o oito quadros ilustrativos figuram na forma de anexos, sendo preciosos instrumentos para consulta da obra. Apesar de não ser recente, a Introdução de Brown é um livro ao mesmo tempo indispensável.

25 de outubro de 2011

Gerd Lüdemann (Jesus Histórico)

Gerd Lüdemann estabelece quatro critérios de inautenticidade e cinco critérios de autenticidade, em A Grande Ilusão, que é algo de uma versão abreviada e popular de seu extenso trabalho subseqüente Jesus depois de 2000 anos. O primeiro critério de inautenticidade é que ditos pressupondo Jesus como o Senhor exaltado não são da terra Jesus. A segunda é que as ações que pressupõem a violação das leis naturais não são históricas. Os Estados terceiros que palavras que parecem ser concebidas para responder aos problemas das comunidades mais tarde, seja autêntica. O quarto critério de inautenticidade diz que palavras ou ações que presume um gentio, em vez de um público judeu não voltarem para Jesus. O primeiro critério de autenticidade diz que palavras ou ações que são ofensivas para a sensibilidade cristã não são susceptíveis de serem mentiras. O critério de estados diferença que palavras que não parecem refletir as idéias da pós-Páscoa comunidades provavelmente voltarem para o histórico Jesus. O critério de crescimento, diz que o material em torno do qual as tradições adicionais têm acumulado pode ser velho o suficiente para voltar para Jesus. O critério de raridade indica que palavras com poucos paralelos na esfera judaica são susceptíveis de ser distinto para Jesus. O quinto critério de autenticidade, que de coerência, diz que um dito ou ação que se encaixa perfeitamente com o material identificado outros autênticos também podem ser considerados autênticos. Um exame da autenticidade de todos os Jesus das tradições com o uso de critérios como estes podem ser encontrados em Jesus depois de 2000 anos.
De acordo com Lüdemann, Jesus, como muitos judeus do primeiro século palestino foi para ser batizado para a remissão dos pecados e crê no fim iminente do mundo pregado por João Batista. Lüdemann diz que Jesus desenvolveu idéias Batista em uma nova direção de três maneiras: "primeiro, em longo prazo ele não gosta da atitude fundamentalmente ascético João. De acordo com este, em segundo lugar, ele tinha uma tremenda experiência do reino de Deus, que foi prefigurada em refeições com ele para que ninguém pudesse vir. E em terceiro lugar, ele encontrou sua capacidade de curar uma experiência avassaladora que ele também associado com a vinda do reino de Deus. "(Jesus depois de 2000 anos, p. 689) Lüdemann pensa que Jesus viu-se na batalha contra Satanás na cura doença e pecado, que eram indissociáveis.
Lüdemann escreve (Jesus depois de 2000 anos, p. 690): "Em sua fase decisiva, Jesus . vida foi moldada pela fé inabalável que ele tinha que interpretar a lei de Deus com autoridade em nome de Deus. De um modo geral, sua interpretação era para ser percebido como uma acentuação da vontade de Deus. Assim, ele proibiu o divórcio, com um apelo à boa criação de Deus, por que no homem o casamento e a mulher irrevogavelmente se tornaram uma só carne (Mc 10,8). Ele centrou o mandamento do amor sobre a demanda de amar o inimigo . (Lucas 6.27). Ele proibiu a julgar (Mt 7.1) e palavrões (Mateus 5.34). De vez em quando ele reduziu a lei de forma arrebatadora e ao fazê-lo de fato fez a leis alimentares irrelevantes (Marcos 7.15); ele centrou o sábado no bem-estar humano (Marcos 2.27). Mas qualquer coisa que – em termos modernos –  parecia autonomia foi fundamentada na teonomia Jesus poderia ordenar esta interpretação livre e, ao mesmo tempo radical da lei só porque ele tinha recebido a autoridade para fazê-lo de Deus, que ele dirigiu com amor, como Paulo fez mais tarde, como Abba (um termo que denota profunda intimidade e afeto). Neste ponto Jesus e seu Pai celestial eram quase uma, e que deve ter sido mais ofensivo para seus ouvintes judeus".
Contra aqueles que fazem uma dicotomia estrita entre a sabedoria intemporal e expectativa escatológica, nas palavras de Jesus, Lüdemann insiste que a sabedoria e lado a lado apocalíptico existe no pensamento de Jesus como ele faz no pensamento de Paulo. Que Jesus espera um fim iminente é indicado, por exemplo, Marcos 14:25, que Lüdemann considerar autêntica, dizendo: "Só Jesus expectativa" do futuro reino de Deus está no centro, e não Jesus foi redentor, juiz, ou intercessor "( A Grande Ilusão, p. 77). Em Lucas 11:20, Lüdemann escreve: "O vôo dos demônios é um sinal de que o poder do maligno foi superado, mesmo se uma destruição final dos poderes do mal só terá lugar no julgamento final, que é iminente "( A Grande Ilusão, p. 83).
Comentários sobre passagens como Thomas 98, Lucas 16:1-7, 13:44 Mateus, Lucas 12:39 e Lucas 18:2-5 como sendo histórias de heróis imoral: "No entanto, Jesus não apenas fazer heróis imoral os personagens principais em suas parábolas. De certa forma sua própria vida era o de um herói imoral. Ocasionalmente ele deliberadamente transgrediu o mandamento do sábado (cf. Mc 2,27). Ele ensinou aqueles que deveriam tê-lo ensinado. Ele convocou o povo a amar aqueles a quem eles realmente deveria ter odiado. Em público, ele foi considerado como um amigo de publicanos e pecadores, como um comilão e beberrão (Lc 7,34). A vida de Jesus não era a de um herói que seguiu o seu caminho para a vitória sem obstáculos; sua vida não era o tipo que teve um final feliz Jesus condenação", sua morte na cruz e o fracasso imediato de sua atividade formal fez o oposto de um herói. Colocar todos os valores existentes em questão e, assim, transformá-los. De cabeça para baixo, ele se tornou extremamente imoral anti-herói (The Great Deception, pp. 96-97).

23 de outubro de 2011

Gerd Lüdemann

Gerd Lüdemann (* 05 de julho 1946 em Visselhövede ) é um teólogo alemão. De 1983 a 1999, ele ensinou Novo Testamento na Faculdade Teológica Evangélica do Göttingen Georg-August-University . Desde 1999, ele foi lá com uma "História e Literatura do início especial o cristianismo "e encaminhado para a Universidade é atualmente o departamento de" Early Estudos Cristãos "do" Instituto de Pesquisas Especiais ". Ele é casado e tem quatro filhas.


12 de outubro de 2011

Evangelho de Judas (Valtair Afonso Miranda)


Valtair A. Miranda é doutor em Ciência da Religião e Mestre em Teologia. Pastoreia a Primeira Igreja Batista de Neves, São Gonçalo (RJ). Conferencista e escritor. Já publicou quase uma dezena de obras, dentre as quais se destacam Fundamentos da Teologia Bíblica, pela Editora Mundo Cristão, e O que é escatologia?, pela MK Editora.
Evangelho de Judas - realidade ou ficção? Leia o livro de Valtair Miranda para saber a resposta.

Neste livro, Valtair Miranda apresenta o recém-descoberto Evangelho de Judas aos interessados em entender sua implicação para o cristianismo contemporâneo. Isso é feito através de uma introdução progressiva ao seu texto e conteúdo. Inicia-se com referências a Jesus e seu ministério, para localizar o personagem Judas dentro dele. Logo em seguida discute-se a questão do nascimento dos livros cristãos e a formação daquilo que os estudiosos chamam de cânon cristão. Com isso já se está dentro da esfera dos livros disputados, e especificamente do Evangelho de Judas.
A preocupação, então, é situá-lo historicamente, com questões relativas à como ele foi produzido, quem seriam seus autores, por que ele teria sido escrito e como ele chegou até nós. Detêm-se, também, de uma forma especial no conteúdo do próprio Evangelho, para demonstrar sua natureza e função. Por fim, a conclusão procura responder à questão sobre as conseqüências dessa descoberta arqueológica para os cristãos da atualidade.


2 de outubro de 2011

Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus

Paula Fredriksen resume sua posição em três parágrafos (Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus, pp 266-267):
 Jesus é um profeta que pregava a vinda do Reino de Deus apocalíptico. Sua mensagem coerente tanto com a de seu antecessor e mentor, João Batista, e com a do movimento que surgiu em seu nome. Este Jesus é, portanto, não primariamente um reformador social com uma mensagem revolucionária, nem ele é um inovador religioso radicalmente redefinindo as idéias e práticas tradicionais de sua religião nativa. Sua mensagem urgente tinha o presente tanto quanto o futuro próximo em vista.

Além disso, o distinto da mensagem profética de Jesus a partir dos outros foi principalmente o seu calendário, e não seu conteúdo. Como João Batista, ele enfatizou sua própria autoridade para pregar o Reino que vem; ele esperava a chegada do Reino em breve. Mas a convicção vibrante de seus seguidores, mesmo décadas após a crucificação, juntamente com o fenômeno sem precedentes da missão de Israel e a inclusão dos gentios, sugere que Jesus tinha intensificado calendário do Reino de logo para agora. Por realmente nomeando o dia ou a data do Reino vem, talvez até mesmo para que a Páscoa mesmo que provou ser o seu último, Jesus galvanizado multidões se reuniram em Jerusalém que não foram socializados para a sua missão - seu teor pacifista, sua ênfase na divina ao invés de ação humana - e que no louvando o Reino aproximando proclamou Filho de Davi e Messias. Foi essa mistura inflamável de fatores - a aclamação animada popular, em Jerusalém, durante seu festival peregrinas mais densamente povoada, quando Pilatos estava na cidade especificamente para manter os olhos sobre a multidão - não o seu ensino, como tal, nem os seus argumentos com outros judeus em o significado do sábado, Templo, pureza, ou algum outro aspecto da Torá, que levou diretamente à execução de Jesus como Rei dos Judeus.
Finalmente, um Jesus, cujo itinerário é esboçado principalmente não dos Sinópticos, mas de John - um Jesus, isto é, cuja missão estendida rotineiramente não só para a Galiléia, mas também para a Judéia, e especificamente de Jerusalém - pode falar com a anomalia que tem impulsionado essa investigação, ou seja, que só Jesus foi morto como um rebelde em que a Páscoa, mas nenhum de seus discípulos estava. Uma missão repetida em Jerusalém, especialmente durante os feriados de peregrinação, quando o prefeito, também, da necessidade, estava lá, explica como Caifás e Pilatos ambos já sabem quem foi Jesus e o que ele pregou, e, portanto, sabe tão bem que ele não estava em qualquer forma de primeira ordem perigoso. Assim como o entusiasmo da multidão para Jesus como contas de messias para a maneira específica de sua morte, de modo duplo foco de Jesus - a Judéia, especialmente Jerusalém e em torno do Templo, bem como a Galiléia - explica o sumo sacerdote e do prefeito de familiaridade com sua missão, e, portanto, explica por que Jesus era o único foco de sua ação.

Embora Fredriksen não faça um argumento para a sua autenticidade, a autenticidade do dizendo em Marcos 14:25 como defendido por Lüdemann e Meier apoiaria contenção Fredriksen de que Jesus esperava o fim de vir imediatamente, uma contenção que Fredriksen defende como a melhor explicação para o fato de que Jesus foi crucificado. Pois, como argumenta Fredriksen, o ponto da crucificação como um modo de execução foi à exibição para as multidões, e o fervor escatológico em torno de uma previsão específica do cataclismo imediato teria sido suficiente para Jesus para excitar a imaginação das multidões. Fredriksen sustenta que Jesus não se apresentou como o Messias, mas que tal alegação foi feita por Jesus pelas multidões em Jerusalém, o que levou ao expediente de Pilatos para conter a situação por crucificação.

21 de setembro de 2011

Paula Fredriksen

Paula Fredriksen está começando uma licença de três anos de ausência, após renunciar ao presidente Aurelio após 20 anos para David Frankfurter. Ela é agora o William Goodwin Emerita presidente Aurelio da valorização da Escritura na Universidade de Boston. Ela também ocupou professor visitante em Jerusalém (Lady Davis, da Universidade Hebraica 1994-1995) e Universidade de Tel Aviv (Sackler de 2005 a 2007). A pós-graduação de Wellesley College (1973), Universidade de Oxford (1974), e da Universidade de Princeton (1979), ela tem publicado extensamente sobre a história social e intelectual do cristianismo antigo da época do Templo tarde Segunda a queda do Império Romano no oeste. Além de traduzir dois primeiros comentários de Agostinho sobre Paul (Santo Agostinho sobre Romanos, Scholars Imprensa 1982), ela escreveu De Jesus a Cristo: As Origens das Imagens do Novo Testamento de Jesus (Yale, segunda edição 2000), pelo qual ela ganhou de 1988 Prêmio Imprensa Yale Governadores de Melhor Livro, e Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus: A Vida Judaica eo Surgimento do Cristianismo (Knopf, 1999), pelo qual ela ganhou o National Book Award judeu. Juntamente com Adele Reinhartz, ela contribuiu e editados para Jesus, o judaísmo, e antijudaísmo cristão: Lendo o Novo Testamento Depois do Holocausto (Westminster / John Knox, 2002). Ela também editou e contribuiu para uma coletânea de ensaios sobre o polêmico filme de Mel Gibson, sobre "A Paixão de Cristo" (University of California Press, 2005). Em seu livro mais recente, Agostinho e os Judeus: A Defesa Christian de judeus e Judaísmo (Doubleday 2008; Yale 2010), Fredriksen traça as origens e crescimento do antijudaísmo cristão, enquanto explora resposta singular de Agostinho e desafio a ele.


20 de setembro de 2011

Judas, o Galileu (6 CE)

Fontes: Flávio Josefo, judeu Guerra 2, 433 e Antiguidades Judaicas 18,1-10 e 18,23; Atos dos Apóstolos 5,37.
História: O rei judeu Herodes Arquelau foi um governante incapaz, e as autoridades romanas decidiu se desfazer dele em 6 CE. Seu reino, Judéia, Samaria e Iduméia , foi anexada como província da Judéia. O novo governador, um homem chamado Coponius, tentou estabelecer novos impostos, mas uma rebelião grande era o único resultado. Seu líder era Judas, o Galileu, e quando o Joazar sumo sacerdote tinha-se mostrado incapaz de superar a rebelião, o governador da Síria adjacentes interferiu e realizou o censo. Este foi Publius Sulpício Quirino, bem conhecido do censo mencionado no Evangelho de Lucas (2,2).
Havia um Judas, um Galileu, de uma cidade cujo nome era Gamala, que, levando com ele a Zadoque, um fariseu, tornou-se zeloso para atraí-los para uma revolta. Ambos disseram que essa tributação não era melhor do que uma introdução à escravidão, e exortou a nação a afirmar a sua liberdade; como se pudessem adquiri-los a felicidade e segurança para o que possuía, e um prazer à certeza de uma boa ainda maior, o que foi que da honra e glória que seria, assim, adquirir para a magnanimidade. Eles também disseram que Deus não seriam assistir a eles, do que sobre sua adesão uns com os outros conselhos, como pôde ser bem sucedido, e para sua própria vantagem, e isto especialmente, se estabeleceria sobre as façanhas grande, e não se cansarão na execução do mesmo. Então, os homens receberam o que eles disseram com prazer, e essa tentativa ousada procedeu a uma grande altura.
[Flávio Josefo, Antiguidades judaicas 18,4-6]
Judas, o Galileu foi o autor do quarto ramo da filosofia judaica. Estes homens concordam em todas as outras coisas com as noções dos fariseus, mas eles têm uma ligação inviolável a liberdade, e dizer que Deus é para ser seu único governante e Senhor. Eles também não valorizam morrendo qualquer tipo de morte, nem mesmo eles atender as mortes de seus parentes e amigos, nem qualquer receio fazê-los ligar para qualquer senhor homem.
[Flávio Josefo, Antiguidades judaicas 18,23]
Comentário: Este "quarto ramo da filosofia judaica" é chamada Zealotism; os outros três seitas eram os saduceus , essênios e fariseus. Flavius ​​Josephus odiava os Zealots, porque ele mantinha responsável pela queda de Jerusalém e a destruição do Templo em 70 dC e, conseqüentemente, o seu líder Judas não é tratado com gentileza. Ele continua sua história da seguinte forma:
Todos os tipos de infortúnios surgiu a estes homens, e da nação foi infectado com esta doutrina a um grau incrível. Uma violenta guerra caiu sobre nós após o outro, e perdemos os nossos amigos, que usou para aliviar nossas dores. Houve também assaltos muito grande e assassinato de nossos homens principal. Isto foi feito por pretexto de fato para o bem-estar público, mas na realidade para a esperança de ganhar para si mesmos, de onde surgiram dissensões, e a partir deles assassinatos de homens, que, por vezes, caiu sobre aqueles de seu próprio povo (pela loucura desses homens para um outro, enquanto o seu desejo era que ninguém da parte adversa pode ser à esquerda), e às vezes de seus inimigos. A fome também veio em cima de nós, e reduziu-nos para o último grau de desespero, como fez também a tomada e demolição das cidades, ou melhor, a sedição no último aumento tão alto, que o templo de Deus foi incendiada pelo fogo de seus inimigos. Essas foram as conseqüências disso, que os costumes de nossos pais foram alterados, e essa mudança foi feita, como acrescentou um peso forte para trazer todos para a destruição.
[Flávio Josefo, Antiguidades judaicas 18,7-9]
Não está claro o que aconteceu exatamente. Por exemplo, nós não sabemos se Judas conduziu operações militares ou foi apenas o líder intelectual da revolta. No entanto, a revolta está ausente do catálogo de intervenções armadas pelo governador da Síria do historiador romano Tácito (Histórias, 5,9); medidas Quirino "provavelmente foram duras, mas não de natureza militar. Josephus não nos diz o que aconteceu com Judas, mas o autor dos Atos dos Apóstolos nos diz que ele morreu pela espada.
Algum tempo atrás, Theudas apareceu, dizendo ser alguém, e cerca de 400 homens se uniram a ele. Ele foi morto, todos os seus seguidores se dispersaram, e tudo deu em nada. Depois dele, apareceu Judas, o Galileu, nos dias do recenseamento, e levou um grupo de pessoas em revolta. Ele também foi morto, e todos os seus seguidores foram dispersos.
[Lucas, Atos dos Apóstolos 5,36-37]
Esta é uma citação de uma discussão entre os líderes judeus sobre Jesus. Sabemos que tanto Jesus e Theudas, juntamente com (grande) de Judas filho de Menahem, foram chamados de Messias, e isso faz com que seja extremamente provável que este título foi dado a Judas também. Um argumento adicional é que Judas fez uma oferta pela independência nacional, algo que era esperado o Messias. Em cerca de 47 anos, filhos de Judas e de Simão Jacob foram presos e crucificado pelo governador Tibério Júlio Alexandre . A história é contada por Flávio Josefo.
Então veio o sucessor do Fado, Tibério Alexandre. Ele era o filho de Alexander, o funcionário da alfândega chefe de Alexandria, um dos homens mais influentes de sua época, tanto para sua família e riqueza. Ele também foi mais eminente por sua piedade que seu filho Alexander, por esta não continue na religião de seu país. Sob esse prefeito uma grande fome aconteceu na Judéia, e da rainha Helena da Adiabene comprou trigo no Egito em uma grande despesa, e distribuídos para aqueles que precisavam dela. Além disso, os filhos de Judas, o Galileu foram executados, quero dizer que eles eram os filhos de que Judas que causou o povo a revoltar-se quando Quirino chegou a tomar conta das propriedades dos judeus. Os nomes dos filhos foram Tiago e Simão, a quem Alexander ordenou para ser crucificado.
[antiguidades judaicas 20, 100-103]
Não sabemos por que eles foram presos, mas é razoável supor que eles eram nacionalistas, assim feroz.

16 de setembro de 2011

Ele Andou Entre Nós (Josh McDowell)

McDOWELL, Josh; WILSON, Bill. Ele Andou Entre Nós. 1. ed. São Paulo: Editora Candeia, 1995. Comentário do capítulo VII: Alta Crítica: quão “Seguros” são os resultados? (pp. 141-168).
 
O livro trabalha o tema ‘Jesus Histórico’. Josh McDowell esforça-se para mostrar a veracidade dos Evangelhos, diante do mundo moderno. Portanto, só lhe falta um caráter mais rigoroso para apresentar suas argumentações; basicamente sem posicionamento científico relevante.
            Diversas informações, apresentadas nesse capítulo, são errôneas. Sendo que alguns autores atestados e utilizados foram simplesmente retirados de seu contexto. Assim, o autor carece de um estudo sério, com um senso crítico adequado.
            Por exemplo, ao citar o historiador Geza Vermes para se opor a Rudolf Bultmann, ele distorce totalmente o pensamento de Vermes. Pois, se utiliza de uma citação para dizer que Bultmann helenizou Jesus, enquanto Vermes defende que Jesus devia ser compreendido dentro do Judaísmo.
            Só que Bultmann não trabalha o Jesus Histórico, ele trata acerca dos Evangelhos produzidos dentro de um ambiente culturalmente condicionado (mundo helenístico). Ou seja, textos partejados nesta situação produzem um Jesus que é objeto de fé da comunidade cristã primitiva.
            Em contrapartida, Vermes é um historiador no sentido estrito do termo. E o mesmo reconstrói Jesus dentro do Judaísmo, até porque ele era um judeu. E tem mais, para Vermes Jesus é “um Hasid, um homem santo da Galiléia, semelhante à Hanina ben Dosa; isto é, um carismático, curandeiro e exorcista, que pregava o Reinado de Deus” (Jesus e o Mundo do Judaísmo).
            Vê-se que McDowell simplesmente arrola uma citação de um estudioso, sem parar para analisar as informações apresentadas, não se preocupando em expor a afirmação de forma sincera. Tudo para defender seu fundamentalismo romântico.
            Em relação à Crítica da Forma, é quase uma desonestidade intelectual, ver McDowell dizer que a Análise das Formas é uma tremenda invenção da Escola de Martin Dibelius e Rudolf Bultmann. Sendo que quando se fala em Crítica da Forma, se fala em Gêneros Literários. E os Evangelhos, no caso, se enquadram no gênero maior, que seria o próprio Evangelho, como Literatura da Antiguidade.
            E dentro deste gênero literário se encontra as chamadas “histórias sobre Jesus” (RAUSCH, 2006, p. 60), que por sinal, demonstram um caráter dinâmico, de acordo com a comunidade responsável pela produção do texto. Isso dentro de uma perspectiva de que o texto de Marcos é o primeiro Evangelho produzido, por volta do ano 70 d.C, e os demais vieram depois –, Mateus, Lucas e João.
            Dibelius (1919 apud WEGNER, 1998, p. 169), afirma que “os gêneros estão estritamente ligados as necessidades e tarefas das comunidades primitivas” (A história das formas do Evangelho). Os gêneros estão ligados ao momento em que as comunidades procuravam justificar sua fé. Mas, o problema é que para McDowell isso é pura invenção criticista, pois para ele os Evangelhos são retratos da história.
            Então, dentro das “histórias sobre Jesus”, como McDowell explica as diferenças que se encontram, p. ex., “na árvore genealógica de Jesus (Mt 1.2ss; Lc 3.23ss), na história do nascimento (Mt 2.1ss; Lc 2.1ss) e nas aparições do ressurreto (Mt 28; Lc 24)” (BULL, 2009, p. 13).
            Bom, a teoria da formas, procura resolver o chamado “Problema dos Sinóticos”. Se McDowell entende que os Sinóticos compartilham de perspectivas iguais; e isso é inegável. Ele tem que entender que também existem diferenças significativas, que carecem de uma coisa, titulada como, ‘interpretação’ e não, somente, reprodução de conteúdo.
            Uma outra, Escola, denominada, Crítica Histórica ou análise histórico-transmissiva, historicidade dos textos e história das tradições. Pode ajudar a contextualizar os textos.
Este ponto demanda um estudo criterioso. Mas, em resumo, segundo afirma Alday (1998), significa dizer que é preciso situar os textos historicamente e procurar as circunstâncias concretas em que surgiram os textos. Ou seja, autor, lugar, data; ambiente social, cultural e político; ocasião e finalidade da obra e sua autenticidade literária.
            Para McDowell é quase um susto saber que muita coisa construída pela “Crítica Histórica”, não mantém um posicionamento fundamentalista de pé, portanto, o que percebi neste texto foi um romantismo.    

BIBLIOGRAFIA

ALDAY, Salvador Carrillo. Bíblia: Como se lê. 2. ed. São Paulo: Editora Ave-Maria, 1998.
BULL, Klaus-Michael. Panorama do Novo Testamento: história, contexto e teologia. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2009.
McDOWEL, Josh; WILSON, Bill. Ele Andou entre Nós. 1. ed. São Paulo: Editora Candeia, 1995.
RAUSCH, Thomas P. Quem é Jesus: uma introdução a cristologia. Aparecida, SP: Editora Santuário, 2006.
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual de metodologia. 6. ed. São Leopoldo: Editora Sinodal, 1998.