A prospectiva dos anos de 1960 afirmava que o passado era arquiconhecido, que o presente era evidentemente conhecido, que o alicerce de nossas sociedades era estável, e que, sobre estes fundamentos assegurados, o futuro se forjaria no e pelo desenvolvimento das tendências dominantes da economia, da técnica e da ciência. Desta forma, o pensamento tecnoburocrático acreditava que podia prever o futuro. Ele acreditava, inclusive, em seu otimismo frágil, que o século XXI iria colher os frutos maduros do progresso da humanidade.
Mas, na realidade, os prospectivistas construíram um futuro imaginário a partir de um presente abstrato. Um pseudopresente untado de hormônios lhe substituiu o futuro. Os instrumentos toscos, mutiladores que lhe serviam para perceber e conceber o real tornou-os cegos não somente quanto ao imprevisível, mas ao previsível.
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