Estive passeando em Pindamonhangaba, no bosque da princesa, no dia primeiro de junho de 2011, e não pude deixar de notar uma imagem que até hoje ficou vívida em minha memória, a saber, de um ancião juntamente com seu netinho dando de comer a patos e pombos. O medo do netinho confundia-se com a admiração do velho pelos pães dados a patos e pombos. O entrelaço entre inexperiência e experiência, início e término, aprendiz e mestre, inteligência e sabedoria, pareceram-me muito claros nesses dois admiráveis seres-humanos.
Com essa pintura da realidade tão rara sendo exposta a minha pessoa, não pude deixar de pensar e ruminar, que a história do netinho e do vovô é a história da nossa vida com o Criador. Somos os netinhos com medos e cheios de idiossincrasias observando nosso querido “vovô” dando de alimentar a criatura e esta a que Ele criou e nos deu para ser responsáveis e administradores. Mas, por infelicidade humana e felicidade maligna perdemos o senso de amor e valorização pela bela criatura e pelo medo que isso ocasionou, acabamos criando “anticorpos” para defender-nos.
Os queridos “netinhos amedrontados” criaram as bombas nucleares, criaram as armas, criaram a “extinção”, criaram a “poluição”, criaram a “desordem”, criaram a violência contra a natureza, criaram os “tsunamis”, criaram os “terremotos”, etc. E agora depois de tudo isso criado os amedrontados infantis, se abraçam ao criador e pedem socorro pedindo que alimente a desordem e o caos, transformando em benção o que eles próprios amaldiçoaram.
O Criador lança o pão para os famintos da “criação que geme”, mas percebe que isso não mudará as conseqüências de todas as trapalhadas que o “netinho birrento” proporcionou. Não está na hora de agarra-se ao Criador e pedir socorro? Não está na hora de esfregar a lâmpada e ter direito a 3 desejos de paz? Não está na hora de reivindicar nossos direitos como “imagem e semelhança de Deus” e pedir solução? Eu penso que não. Mas penso que está na hora de “desgarrarmos o Criador” e andarmos em meio aos “patos e pombos” mostrando amadurecimento e consciência das coisas. Viver terrenamente e parar de dar desculpas baratas como: o nosso paraíso não é aqui! Esqueçamos dessa Terra maldita! Há um paraíso nos esperando de ruas de ouro e de rios de cristais!
Se formos tão negligentes e irresponsáveis com a belíssima natureza que Deus criou e disse que era bom, creio que a qualquer momento o vovô nos deixará no bosque com os patos e pombos, dando um adeus sem pretensão de voltar. Afinal, Ele é muito Sábio e creio que preferirá os “patos e pombos” ao invés do netinho em seu doce lar, pois pelo menos eles não são ingratos e sempre que tem fome sabe que o “pão do vovô” é o melhor para nutrir e saciar.
EDSON JUNIOR
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