TEOLOGIA LIBERAL, UMA DEFINIÇÃO
por
David Rubens
O termo Teologia Liberal, tencionava indicar um livre método de investigação histórico-crítico das fontes da fé e da teologia, que não se sentisse vinculado aos dados posteriores da tradição dogmática. A Teologia Liberal nasceu da burguesia européia do século XIX com a Teologia Protestante. Tem seus antecedentes históricos na Filosofia da Religião de Hegel[1] e na Teologia de Schleiermacher.[2] Não é uma escola bem definida, se podem distinguir diferentes linhas de pensamentos. É chamada de Teologia Liberal a interpretação racionalista do Novo Testamento (Baur,[3] Strauss[4]) da primeira metade do século XIX. É designada como liberal a reflexão do teólogo de Göttinger, Albrecht Ritschl,[5] e de sua escola, que incluía teólogos sistemáticos como Hermann,[6] estudiosos do Antigo Testamento como Welhausen,[7] do Novo Testamento como Jülicher,[8] historiadores como Harnack[9] e filósofos da religião como Troeltsch.[10]
Suas características eram:
A) Leitura predominantemente ética do cristianismo;
B) Assunção rigorosa do método histórico-crítico e de seus resultados;
C) Relativização da tradição dogmática da Igreja, e particularmente da cristologia.
Os documentos mais significativos da Teologia Liberal são: A Essência do Cristianismo de Harnack e a Absolutidade do Cristianismo de Troeltsch.
Conclusão:
Por Teologia Liberal entende-se toda tentativa teológica que, em nome do método histórico-crítico e de seus resultados, exige uma revisão dogmática ou uma relativização da cristologia.
David Rubens
prdavidrs@hotmail.com
Pindamonhangaba-SP
27-01-2011
[1] Georg Wilhelm Friedrich Hegel (Estugarda, 27 de agosto de 1770 — Berlim, 14 de novembro de 1831) foi um filósofo alemão. Recebeu sua formação no Tübinger Stift (seminário da Igreja Protestante em Württemberg). Era fascinado pelas obras de Spinoza, Kant e Rousseau, assim como pela Revolução Francesa. Muitos consideram que Hegel representa o ápice do idealismo alemão do século XIX, que teve impacto profundo no materialismo histórico de Karl Marx.
[2] Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher (Breslau, 21 de novembro de 1768 — Berlim, 12 de fevereiro de 1834) foi pregador em Berlim na Igreja da Trindade, deu aula de Filosofia e Teologia em Halle an der Saale. Traduziu as obras de Platão para o alemão. Foi influenciado por Kant e Fichte, mas não se tornou um idealista subjetivo. Foi corresponsável pela aparição da teologia liberal, negando a historicidade dos milagres e a autoridade literal das Escrituras. Schleiermacher tentou tornar a fé cristã palatável aos que foram educados e influenciados pelo pensadores iluministas.
[3] Ferdinand Christian Baur (21 de junho de 1792 - 2 de dezembro de 1860) foi um teólogo alemão e líder da escola de teologia de Tübingen. Seguindo Hegel na teoria da dialética, Baur argumentou que no segundo século o cristianismo representou a síntese de duas teses opostas: o cristianismo judaico e cristianismo paulino.
[4] David Friedrich Strauss (Ludwigsburg, Alemanha, 27 de Janeiro de 1808 - 8 de Fevereiro de 1874) foi um teólogo e exegeta alemão. Em Setembro de 1825 iniciou os seus estudos de teologia no seminário protestante de Tübingen, sendo depois professor no seminário de Maulbroon. Discípulo de Hegel, tornou-se muito conhecido após a publicação, em 1835, da obra Vida de Jesus, que causou escândalo nos meios religiosos da Alemanha. Para Strauss, o sucesso do cristianismo explicava-se por um "mito de Jesus", que teria sido forjado pela mentalidade judaica dos tempos apostólicos, e que não poderia ser sustentada pela ciência moderna - perspectiva depois adaptada por Ernest Renan na sua Vida de Jesus.
[5] Albrecht Ritschl (25 de março de 1822 - 20 de março de 1889) foi um teólogo alemão. Segundo Ritschl, a fé era entendido como sendo irredutível a outras experiências, fora do âmbito da razão. A fé, disse ele, não veio de fatos, mas a partir de juízos de valor. "Divindade de Jesus, ele argumentou, foi melhor entendida como a expressão do “valor-revelacional” de Cristo para a comunidade que confia nele como Deus.
[6] Johann Wilhelm Herrmann (1846-1922) era um teólogo reformado alemão. Hermann ensinou em Halle e depois foi professor em Marburg . Influenciado por Kant e Ritschl, via Deus como o poder da bondade. Jesus era visto como um homem exemplar. Mesmo que Jesus nunca existiu, de acordo com Herrmann, seu retrato tradicional ainda era válido. Seu livro A Comunhão do Deus cristão era visto como um dos destaques do século XIX.
[7] Julius Wellhausen (17 de maio de 1844 - 7 de janeiro de 1918) foi um estudioso da Bíblia e um orientalista alemão. Nasceu em Hameln, Weser (Westphalia). Tornou-se conhecido especialmente por sua atuação na análise do Antigo Testamento e pelo desenvolvimento da Alta crítica e da hipótese documental. É um dos grandes nomes da teologia liberal.
[8] Jülicher Adolf (1857-1938) foi um estudioso e exegeta alemão. Foi professor de História da Igreja e Exegese do Novo Testamento, na Universidade de Marburg. Teorizava que Jesus não afirmou ser o Messias , mas que a igreja primitiva tinha reivindicado que era. Segundo esta teoria, o autor do evangelho de Marcos tinha inventado a idéia de "segredo messiânico", segundo a qual Jesus tentou esconder sua identidade, e só revelou a alguns de seus discípulos.
[9] Adolf von Harnack (Dorpat, Estónia, 7 de maio de 1851 — Heidelberg, 10 de junho de 1930) foi um teólogo alemão, além de historiador do cristianismo. Suas duas obras mais conhecidas são o Lehrbuch der Dogmengeschichte ("Manual de história do dogma", em três volumes) e a série de palestras Das Wesen des Christentums ("A essência do cristianismo"), texto clássico da teologia liberal.
[10] Ernst Troeltsch (Haunstetten, hoje bairro de Augsburgo, 17 de Fevereiro de 1865 — Berlim, 1 de Fevereiro de 1923) foi um teológo alemão que ao lado de Max Weber elaborou alguns conceitos relacionados à religião. Na obra The Social Teaching of the Cristinan Churches, Troeltsch, visando analisar a organização religiosa dentro dos parâmetros burocráticos, fez a distinção de igreja e seita. A primeira significa um organismo religioso grande e bem-estabelecida, exemplo típico é a Igreja Católica. A segunda refere-se a um agrupamento menor de fiéis, geralmente iniciado em protesto aos rumos tomados por uma determinada igreja, os calvinistas podem ser apontados como representantes de uma seita.
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