7 de junho de 2011

A CRÔNICA DO VOVÔ E O NETINHO

Estive passeando em Pindamonhangaba, no bosque da princesa, no dia primeiro de junho de 2011, e não pude deixar de notar uma imagem que até hoje ficou vívida em minha memória, a saber, de um ancião juntamente com seu netinho dando de comer a patos e pombos. O medo do netinho confundia-se com a admiração do velho pelos pães dados a patos e pombos. O entrelaço entre inexperiência e experiência, início e término, aprendiz e mestre, inteligência e sabedoria, pareceram-me muito claros nesses dois admiráveis seres-humanos.
            Com essa pintura da realidade tão rara sendo exposta a minha pessoa, não pude deixar de pensar e ruminar, que a história do netinho e do vovô é a história da nossa vida com o Criador. Somos os netinhos com medos e cheios de idiossincrasias observando nosso querido “vovô” dando de alimentar a criatura e esta a que Ele criou e nos deu para ser responsáveis e administradores. Mas, por infelicidade humana e felicidade maligna perdemos o senso de amor e valorização pela bela criatura e pelo medo que isso ocasionou, acabamos criando “anticorpos” para defender-nos.
            Os queridos “netinhos amedrontados” criaram as bombas nucleares, criaram as armas, criaram a “extinção”, criaram a “poluição”, criaram a “desordem”, criaram a violência contra a natureza, criaram os “tsunamis”, criaram os “terremotos”, etc. E agora depois de tudo isso criado os amedrontados infantis, se abraçam ao criador e pedem socorro pedindo que alimente a desordem e o caos, transformando em benção o que eles próprios amaldiçoaram.
            O Criador lança o pão para os famintos da “criação que geme”, mas percebe que isso não mudará as conseqüências de todas as trapalhadas que o “netinho birrento” proporcionou. Não está na hora de agarra-se ao Criador e pedir socorro? Não está na hora de esfregar a lâmpada e ter direito a 3 desejos de paz? Não está na hora de reivindicar nossos direitos como “imagem e semelhança de Deus” e pedir solução? Eu penso que não. Mas penso que está na hora de “desgarrarmos o Criador” e andarmos em meio aos “patos e pombos” mostrando amadurecimento e consciência das coisas. Viver terrenamente e parar de dar desculpas baratas como: o nosso paraíso não é aqui! Esqueçamos dessa Terra maldita! Há um paraíso nos esperando de ruas de ouro e de rios de cristais!
            Se formos tão negligentes e irresponsáveis com a belíssima natureza que Deus criou e disse que era bom, creio que a qualquer momento o vovô nos deixará no bosque com os patos e pombos, dando um adeus sem pretensão de voltar. Afinal, Ele é muito Sábio e creio que preferirá os “patos e pombos” ao invés do netinho em seu doce lar, pois pelo menos eles não são ingratos e sempre que tem fome sabe que o “pão do vovô” é o melhor para nutrir e saciar.
                                                                                                          EDSON JUNIOR

A única certeza que tenho é a da incerteza (Edgar Morin)

"Ninguém pode basear-se, hoje, na sua pretensão ao conhecimento, numa evidência indubitável ou num saber definitivamente verificado. Ninguém pode construir seu conhecimento sobre uma rocha de certeza. A minha pesquisa de Método parte, não da terra firme, mas do solo que desmorona. O fundamento deste trabalho é a perda do fundamento científico, a ausência de qualquer outro fundamento, mas não o nada. A situação dos conhecimentos científicos, de que se alimenta essencialmente a minha investigação, não constitui a sua 'base'. É a transformação desses conhecimentos que constitui o seu motor. As idéias destrutivas tornam-se aí idéias reconstrutoras".

4 de junho de 2011

Carta ao Filipenses - breve reflexão

11 Não estou dizendo isso por me sentir abandonado, pois aprendi a estar satisfeito com o que tenho.
12 Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco.
13 Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação.

Bíblia – Nova Tradução da Linguagem de Hoje


Paulo na carta aos filipenses – enfatiza a alegria (Χαρα) na vivência cristã. Mas, em contrapartida, os neopentecostais enfatizam o ter (prosperidade) para ser alegre. E para os cristãos metafísicos a alegria só se concretizará no céu. Eu, porém, se congratulo com Paulo, pois “posso tudo naquele que me fortalece”.     

O homem - quem é ele?

O homem não nasce homem precisa de educação para se humanizar.
O homem foi “expulso do paraíso” a partir do momento que deixou de se instalar na natureza da mesma forma que os animais ou as coisas.
O homem é um ser de ambiguidade em constante busca de si mesmo.
Fonte: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992. 232 p.

Os quatro ingredientes essenciais da mente humana


Fonte: HAUSER, Marc. A origem da mente. In: Em busca da consciência: revista scientific american Brasil. São Paulo: Duetto, Edição especial 40 – Neurociência, 2011. pp. 14-21.

3 de junho de 2011

Eu Queria Que Você Estivesse Aqui



I Wish You Were Here
So,
So you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?

Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here

Eu Queria Que Você Estivesse Aqui
Assim,
Então você acha que pode distinguir
O céu do inferno
Céus azuis da dor
Você consegue distinguir um campo verde
A partir de um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que pode dizer?

Fizeram você trocar
Seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você troca
Uma caminhada em meio à guerra
Por um papel principal numa cela?

Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano,
Correndo sobre este mesmo velho chão.
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui



2 de junho de 2011

Os Pré-socráticos

Filosofia Pré-socrática
por
David Rubens

Tratando da filosofia Pré-socrática, como você resumiria os pensamentos de Heráclito, Empédocles, Xenófanes, Parmênides e Pitágoras? Poderíamos  traçar um paralelo entre seus pensamentos?
R: Os pré-socráticos são filósofos que viveram na Grécia Antiga. Assim são chamados pois são os que vieram antes de Sócrates. Muito pouco de suas obras está disponível, restando apenas fragmentos. O primeiro filósofo em que temos uma obra sistemática e com livros completos é Platão, depois Aristóteles. São chamados de filósofos da natureza, pois investigaram questões pertinentes a esta, como de que é feito o mundo.

·         Heráclito
É o filósofo do devir, a lei do universo, tudo nasce se transforma e se dissolve, e todo o juízo seria falso, ultrapassado. Desprezava a plebe, não participou da política e desprezou a religião, os antigos poetas e os filósofos de seu tempo.

·         Empédocles
Refutou as teses que atribuem a origem do universo a um único elemento. Identificou quatro substâncias básicas, que ele chamou de raízes: a água, a terra, o fogo e o ar. Tudo se consiste desses quatro elementos, e as transformações que advêm a eles seriam visíveis a olho nu.

·         Xenófanes
Em seus fragmentos defendeu um deus único, supremo, que não tinha a forma de homem. Realçou isso afirmando que os homens atribuem aos deuses características semelhantes a eles mesmos, que mudam de acordo com o povo. Se os animais tivessem mãos para realizarem obras, colocariam nos deuses suas características.

·         Parmênides
Suas conclusões são contrárias às de Heráclito, seu contemporâneo. Para se chegar à verdade não podemos confiar nos dados empíricos, temos de recorrer à razão. Desta forma nada pode mudar, só existe o ser, imutável, eterno e único, em oposição ao não ser.

·         Pitágoras
Pitágoras postulou como via de salvação em vez de deus, a matemática. Acreditava na divindade do número. O um é o ponto, o dois determina a linha, o três gera a superfície e o quatro produz o volume. Os números constituem a essência de todas as coisas segundo sua doutrina, e são a verdade eterna.


David Rubens de Souza
17-05-2011